O "BALANÇO" DO DR. MOTA AMARAL

A politicamente branca figura de Mota Amaral lembrou-se de invectivar o Presidente da República. Face à situação "gravíssima" do país, Cavaco deveria ter demitido Sócrates e evitado, assim, que ele ficasse à frente do governo demissionário, disse Amaral num "balanço" público da sua actividade na legislatura precocemente encerrada. Mais valia ter estado calado. Como esteve, aliás, no 25 de Abril de 1974 quando era o único deputado da "ala liberal" em funções na então Assembleia Nacional enquanto os outros já haviam desistido de se candidatar nas últimas "eleições" do regime. Porque o "balanço" é a triste figura que perpetrou à frente da comissão parlamentar de inquérito ao "negócio PT/TVI", dificultando o mais que lhe foi possível os trabalhos da dita e as investigações de alguns deputados como Pacheco Pereira. O encerramento dos trabalhos da comissão, transmitido em directo para todo o país, teria sido o suficiente para Amaral nunca mais aparecer em público. Pelo contrário, o prémio é, de novo, a cabeça da lista açoriana do PSD. Ou seja, quem prestou um inequívoco frete político a Sócrates não possui um átomo de autoridade moral ou outra para exigir o que quer que seja a Cavaco Silva cujas alturas, em matérias dela (de autoridade moral), estão claramente longe da provecta pusilanimidade do dr. Amaral.