29.5.11

UM HERÓI DA PANTOMIMICE

«O programa da troika é uma ajuda para que o PSD aplique o seu próprio programa. Acusou José Sócrates. Ninguém se riu. Que pena. Com uma candura tocante, o líder do PS admitiu o que já se suspeitava: que, com ele, o programa da troika não é para cumprir. O que, aliás, se compreende: se fosse para cumprir, o PS teria apresentado um programa eleitoral compatível com a Europa e o FMI – e, de preferência, depois de conhecidas as medidas impostas. Sem falar do recente caso dos ‘dois documentos’ (ou, melhor dizendo, três) que não batem uns com os outros: a 3 de Maio, PS, PSD e CDS assinaram uma versão da coisa; a 17 de Maio, o PS assinou outra – sem dar contas ao vigário. Meros pormenores? Essa não é a questão. A questão é um dever de lealdade e transparência que Sócrates não tem para com o país, que ele trata como coutada sua. Claro que, nesta voragem autoritária, alguns ainda lembram que, sem cumprir o acordado, não há pataco para ninguém. Nada que perturbe um recordista como Sócrates: o homem que nos levou à bancarrota uma vez promete levar-nos uma segunda. É de herói.» (João Pereira Coutinho, no CM). É, de facto, de herói. Tal como é de herói andar por aí a exibir imigrantes, futebolistas e uma tentativa falhada de mostra de arquitectos prestigiados ao pequeno-almoço como troféus eleitorais. A pantomimice, desta vez, vai sair-lhe cara.

2 comentários:

Anónimo disse...

Nao existem arquitectos prestigiados. Nem engenheiros nem professores nem cientistas. Simplesmente porque não há prestigio. Um pais sem prestigio nao pode ter prestigiados.
A:C:

Anónimo disse...

Se nao tivessem divulgado eles ate iam..tinha era de ser às escondidas...que prestigiante...