26.5.11

FECHAR A PORTA

O post anterior "resume" o essencial da campanha em curso. Este artigo de M. M. Carrilho sugere a campanha e o debate que não existem graças ao esganiçar tagarela em curso, devidamente excitado pela comunicação social e pela comentadoria estilo pizza ao domicílio 24 horas por dia. Podia, aliás, começar-se por aqui. «Quanto às responsabilidades, a diferença entre os números envolvidos no PEC IV (6,5 mil milhões de euros) e no Plano de Ajuda Externa (78 mil milhões de euros) diz tudo, desde que se olhe para ela com seriedade e isenção. E o mesmo acontece com os números da dívida pública, do crescimento ou do desemprego, todos a baterem recordes, não das últimas décadas, mas do último século.» Ou por aqui. «Seria também uma boa ocasião para se debater essa fantástica originalidade lusitana que é a de - ao contrário do que se passa, e é aconselhado, em todos os países da UE - se ter introduzido nas escolas portuguesas, aos 6 anos de idade, o maior bloqueador de aprendizagem que se podia introduzir - falo do Magalhães, claro, e das responsabilidades políticas que, sobre as suas terríveis consequências, vai ser preciso assumir no futuro. Ou, ainda, para se abordar essa insólita "privatização empresarial" da escola que tem sido levada a cabo com a operação "Parque Escolar", espoliando professores e alunos dos seus espaços, a pretexto de modernização das instalações, operação que tem sido muito mais conduzida pelos interesses do betão do que por objectivos da educação.» Mas não. Tal considera-se "maledicência" ou "casos" perturbadores das caravanas encantadas e esquecidas do que espera o país. Entretanto, Teixeira dos Santos, em Nova Iorque, lavou as mãos de Sócrates e do estado em que ele nos deixa. Louvou-se no memorando com a troika e deu a entender que ninguém lhe anda a prestar a devida atenção. Quem vier a seguir a ele que feche a porta.

3 comentários:

Anónimo disse...

Além dos 'interesses do betão', são também muito importantes os 'interesses do equipamento caro': quadros electrónicos, computadores e net à descrição, power-points constantes, vídeos, merdas várias, daquelas merdas que não ensinam a ler, escrever, contar ou pensar, e que podem verter às toneladas sobre as cabeças espessas dos alunos - que eles ficarão, não na mesma, mas pior. E tudo isso a preços obscenos. Já para não falar na mitologia aldrabona dos painéis solares, fotovoltáicos e eólicas (jamais amortizáveis), tão querida ao Kerido-Líder.

Ass.: Besta Imunda

S.C. disse...

Manuer Maria Carrilho parece ser cada vez mais a única voz lúcida na comunicação social. Desvalorizadas pelo rótulo que se lhe colou em alguns meios de "despeitado" pela sua demissão do lugar em Paris, as suas palavras revelam um nível muito acima das vulgaridades e qustiúnculas em que se enredam políticos e comentadores num triste espectáculo de pseudo-análises primárias e sem qualquer rigor ou isenção, ditadas que são por interesses próprios e partidários, longe da discussão séria dos problemas do país e de soluções para o estado a que chegámos. Discutem-se pessoas e declarações a toda a hora em tudo que é sítio, mas ideias... nada! Num país de invejosos e ignorantes, Carrilho tem forçosamente de ter muitos inimigos. Até Marcelo fala cada vez mais de política como fala de futebol: os jogadores, os lances, as tácticas, vitórias e derrotas, claques...está lá tudo no discurso sobre as eleições...tristemente!

Anónimo disse...

E lá continua o Dr. João na sua vã glória anti-socretina.