«(...) definição de um plano para a década, suficientemente sério, participado e consensualizado para poder tirar Portugal do abismo em que se encontra. "Sério, participado e consensualizado", quer dizer que esse plano deverá ser feito, para lá dos partidos, com a empenhada colaboração das universidades, dos sindicatos, dos empresários, recorrendo-se a todas as reservas da sociedade portuguesa, nomeadamente às qualificadas gerações mais jovens que temos hoje. Um plano que se inspire na "matriz das descobertas" que esteve na base da primeira globalização (como se lembra no Portugal, Pioneiro da Globalização, de J. N. Rodrigues e de T. Devezas), e consiga ligar o que tem de ser ligado: a visão da sociedade que se ambiciona, os valores em que se sustenta e os recursos (materiais e imateriais) de que se dispõe para a alcançar. E que institua o diálogo permanente entre todos os intervenientes, construindo um espaço de debate plural, de efectiva negociação e de inovadora convivialidade política na sociedade portuguesa. Estamos hoje cercados pelos nossos erros e pelas nossas fraquezas. Só um tal plano nos pode libertar deste cerco, dando-nos força e confiança colectivas. É esse o desafio que temos pela frente, ao lado do qual o Orçamento, por importante que seja, tem um carácter meramente episódico.»
«Somos poucos mas vale a pena construir cidades e morrer de pé.» Ruy Cinatti joaogoncalv@gmail.com
4.11.10
CERCADOS PELOS NOSSOS ERROS E FRAQUEZAS
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14 comentários:
Sinceramente, apraz-me ver Carrilho apontar o caminho que Portugal jamais devia ter abandonado e que por sinal, parecia querer renascer no "empreendedorismo" - nada tem que ver com o uso que o "Esquema" hoje dá à palavra - do Portugal dos anos 60, especialmente em África. Há que olhar em frente e com ambição e sem grandes pudores para establishment ver. Se pelo caminho tivermos de alijar pesos mortos e dogmas vários, melhor ainda. Agora, já arrepelam os cabelos por causa do FMI - muito há para esconder - e da China. Mas que perigos maiores corremos nós? Decerto não aplanam o caminho para a tal coisa "ibérica", termo abjecto que se aplica a tudo, desde o futebol até ao "puti-club" em que o extremo ocidental da Europa se tornou. O dilema parece ser esse, pois no momento em que se grasnam infindas tolices acerca dos submarinos - que deviam ser no mínimo 8, em vez de 2 -, este local mal afamado que dá pelo nome de "República Portuguesa", apresta-se a apresentar na ONU, uma reedição marítima do Mapa Cor de Rosa. Resta-nos esfregar as mãos e esperar por um abençoado Ultimatum vizinho, pois saberemos então como reagir. Basta ir a um manual da antiga 4ª classe da primária. Há coisas que não mudam.
O plano "sério e participado" de Carrilho para tirar Portugal do abismo é uma lógica e boa intenção, que se pretende apoiar na seriedade e também na competência das "novas gerações qualificadas" inspiradas na "matriz das descobertas". Faz sentido. Infelizmente - e para resultar verdadeiramente - este nobre desiderato implicaria pôr de lado (ou simplesmente passar a fio-de-espada) para aí 30% do pessoal, seja político, seja 'civil'. A realidade expõe cruamente a baixaria e a ladroagem que infestam a classe deputadeira e a politicagem partidária; o debate do OE, na assembleia, tem sido um terrível escaparate de falta de vorgonha e vilanias. Senão atente-se: mais uma vez os desgraçados submarinos serviram de arma de arremesso, passando mesmo à categoria de unidade-métrica que, aparentemente, consegue ser um padrão para aferir dos desvios e derrapagens orçamentais. E isto tudo acerca do mais escrutinado, longo, previsível, inscrito, condicionado, contabilizado programa de aquisição de material que esta república de bananal alguma vez viu. Usam então os nobres deputados, os navios como coisa descoberta há pouco - qual presente escondido debaixo do tapete. Seriedade e sentido de estado nulos; é com isto que Carrilho quer trabalhar para recuperar o Futuro? Eu, um inócuo anónimo comentador que cede facilmente ao pecado da ira, proponho outras unidades-métricas alternativas aos submarinos que serão um melhor espelho do descalabro orçamental e da roubalheira-nacional: "o carril", que vale 8800 milhões (sim, oito mil e oitocentos milhões) de euros, que é a dívida CP/REFER; ou "a faísca", que vale apenas 9 milhões de euros e corresponde aos gastos com corrente eléctrica da CP; esta unidade (a faísca) empalidece quando comparada com outra, "a chulice" que vale 11 milhões de euros e corresponde aos ordenados das chefias da CP num ano (sim, eles gastam mais com os ordenados dos queridos do que em electricidade...). Mas existem ainda outras unidades a usar: "o power-point", que vale 53 milhões de euros em 2011 e corresponde a gastos para propagandear kim-il-sócrates a acenar a velhinhas e a anunciar "obras" em ambientes fiéricos (como dica, cada patrulha-oceânico para a Marinha, que aguarda verbas enquanto Viana do Castelo definha, custa 20 milhões de euros; assim, cada "power-point" equivale a 2.65 patrulhas oceânicos). Carrilho tem de descer mais à terra, a polícia tem de deter mais, os juízes condenar mais e o ministério da justiça construír mais prisões. E nem vou falar em BPN's.
Ass.: Besta Imunda
O Dr. Carrilho parece referir um Portugal, ou uma reserva, que ou não existe, ou desertou, ou está erodida... Posso parecer demasiado pessimista, mas pegando nas Universidades e nas Empresas, o que se andou a formar, ou melhor a deformar - com pontuais excepções-, foi uma geração que se confrontava com duas escolhas - ou se enturmava com aquele 'mainstream' de alminhas que se sentem "extraordinárias por se dizerem da esquerda moderna (ou modernaça)", ou se submetia a assessorar tais alminhas. Umas e outras achavam um 'direito adquirido' o crédito, e uma especie de 'spin-off' da inercia de cata-vento, o 'apanhar' "novas oportunidades" para subir na vida - coisa diferente de melhorar, ou ser melhor hoje do que ontem. E todas elas ocupam 'espaço', criaram raízes e estão aquilosadas demais para se mexerem - teriam de ser "postas a mexer", o que no nosso País nunca aconteceu, nem mesmo com o 25 de Abril. Os que recusaram essa lógica sairam e dificilmente querem voltar; ou redimensionaram as suas vidas e ambições de forma a
minimizar contactos com esta gente efabulada e incapaz de trabalhar efectivamente com 'pares' sem ser com ditames recitados por capatazes e modas ou "tendencias"; e que ao contrario do que parece, não leem jornais, fazem simples "data-mining" para "fichas" que recitam como pregões.
Por exemplo, como é que pode acreditar nessa 'mobilização' quando o partido mais votado na Assembleia tem o grupo parlamentar tão mediocre, e mesmo os ministros e malta de ministério é aquilo que está a vista, multiplicando as trapalhadas de tal forma que fazem recordar Santana como menino de coro, acrescentando-lhe aquela desfaçatez dos sem-vergonha!
Para a tia besta: Construir mais prisões? E quem as paga? Nos somos roubados e vamos subsidiar casa, cama e uniforme aos pequenos ladrões, enquanto os grandes andam a roubar-nos e permanecem impunes?
Dá pena ver um pensador rodeado de tecnocratas e gente medíocre, que jamais lhe vai dar acesso a uma posição mais influente.
A escumalha "estourou" com as poupanças do Salazar e, depois de secarem o património, atacam os dinheiritos dos pobres e dos remediados, deixando de fora os ricos, estes que são a grande base de apoio da canalha; são uma espécie de 'padrinhos' da corja política.
Os ricos que, honestamente, deixaram os impostos e demais obrigações serem 'sugados' por um qualquer "furacão".
"Portugal dos pequeninos" honestos e dos grandes gatunos.
Que venha o mfi para 'obrigar' os chulos do império a frequentar a 'sopa dos pobres'.
antónio chupado
Está na SICN um tal de Vítor Ramalho a dizer que temos que ter confiança e unir-nos contra os especuladores. Tipo vamos dar as mãos e berrar para os assustar. Mário Crespo: "resta saber é como".
É EVIDENTE A URGENTE NECESSIDADE DE UMA PROFUNDA REFORMA DO SISTEMA POLÍTICO PORTUGUÊS.SEGUINDO O EXEMPLO NORTE AMERICANO PROPONHO A SUBSTITUIÇÃO DOS ACTUAIS PARTIDOS POR NOVOS PARTIDOS COM NOMES INSPIRADOS EM COMMODITIES.TEA PARTY-PARA OS QUE NÃO BEBERAM CHÁ EM PEQUENINOS.OIL PARTY-PARA OS QUE ANDAM A MAMAR EM ANGOLA.COCOA PARTY-PARA OS QUE ANDAM A CHUPAR O CHAVES.COFFEE PARTY-PARA OS ADORADORES DE LULAS À DILMA.COKE PARTY-PARA OS QUE PENSAM INVESTIR NA COLÔMBIA.SILK PARTY-PARA OS QUE ESPERAM QUE OS CHINESES COMPREM A DIVIDA PORTUGUESA.A BEM DA RÊS PÚBLICA.O VOSSO HUMILDE SERVIDOR QUE BEBEU CHÁ EM PEQUENINO E NÃO MAMA,CHUPA,ADORA,INVESTE OU VENDE DIVÍDA EM QUALQUER PARTE DO MUNDO.
Mais patetice aguda. Falam de "Planos" Dirigistas que aliás demonstraram sempre grandes resultados- como está a correr a Estratégia de Lisboa? - sem sequer saberem e pior sem quererem saber fazer uma conta de mercearia como Défice e Dívida?!
lucklucky
Nós somos acabrunhados por natureza. Está-nos na massa do sangue. Mas muitos dos nossos erros e fraquezas foram-nos incutidos pelos diversos regimes políticos, sem excepção.
Uma coisa é certa: os que daqui saem; lá fora medram, aqui merdam.
No fundo o caminho apontado é o da Democracia Orgânica Corporativista com o abandono da "democracia parlamental", ou seja, o único caminho viável num pequeno e pobre pais.
Um rumo que Salazar pensou e executou com mestria e frutos e que os seus detratores de outrora, agora, nos apontam como salvador.
Segundo Henrique Neto, segundo o que eu próprio penso e mais de metade dos espíritos independentes observa, Sócrates é o tampão de todo esse pluralismo cooperante.
A Máfia não deixa e não deixará até, pela sua malícia e incompetência, esborrachar com o País na inevitável bancarrota que começou por ser a bancarrota imoral do socratismo, do socialismo, da mentira como processo contínuo de malfazer, perseguir, destruir, vampirar Portugal.
Acho engraçado como em todo lado as pessoas julgam que se pode estabelecer um plano por parte do estado supostamente baseado num pacto de todos os setores da sociedade visando aquilo que seria o bem comum.
Para estes o método não está errado: mal foram os atores que não souberam ser suficientemente sérios para empreende-lo.
E se largassem os planos, as previsões, outras coisinhas e deixassem cada um cuidar de si mesmos? Será que o abandono não despertará o natural empreendedor que há dentro de cada um ?
Eh lá, democracia orgânica ? Um bom debate se alguém se atrevesse ... mas não haja ilusões, o regime em Portugal é - e só pode ser - o que forem os regimes europeus.
Houve aquela excepção de entre o fim da II Guerra Mundial e o fim do Vietname, mas foi só para confirmar a regra. Hoje em dia somos o esqueleto do que fomos e mesmo asim é só enquanto não nos incinerarem.
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