22.11.10

EXCEPÇÃO E REALIDADE


Venho da que julgo ser a primeira acção de campanha de Cavaco Silva. Foi na Universidade Católica, sob os auspícios de uma das suas associações de estudantes, da área da economia e da gestão. Perguntei para o lado, para um aluno, como é que a coisa foi preparada. Aparentemente foram enviadas mais de cem perguntas e, entre a organização da campanha e a dita associação, seleccionaram-se "blocos" de questões que, por junto, não terão ultrapassado a dúzia. O ambiente era relativamente austero, demasiado académico, pouco "político". Cavaco insistiu muito na palavra "sucesso" para um auditório que, previsivelmente, não terá grandes problemas com o "sucesso". Também disse que ninguém deve contar com ele para criar ilusões. E explicou, muito bem explicadinho, qual é o papel do PR com esta constituição (o que mais me convenceu que é preciso mudá-la de alto a baixo, sobretudo em sede de poderes presidenciais), qual é a situação financeira e económica do país e quais são os "nichos" do tal "sucesso". O maestrina Joana Carneiro exemplificou com o seu mas, com o devido respeito, a Joana Carneiro é atípica, uma excepção. Exemplar mas uma excepção. Cavaco falou para um pequeníssimo mundo atípico e excepcional e, daqui para diante, espera-o a realidade. É dessa que é preciso falar.

11 comentários:

Anónimo disse...

Que esse é um mundo atípico parece óbvio, embora seja típico de um certo mundo. Que esteja fadado para o sucesso já é menos certo, terão emprego, com certeza, como os que andam a treinar-se para idiotas nas jotas, mas por mérito próprio? Duvido, por mérito própeio terão tnabalho, a trabalhar para multinacionais. UNs e outros, em suma, nunca riscarão um caralho.

Anónimo disse...

«O» maestrina ? Ai é ?

observador disse...

Caro João,

Como já deve ter reparado, quando as TV's e afins vão a escolas, praticamente só vão às de topo.

Basicamente, só vão às "do fundo do rancking" quando há notícias, geralmente más.

O mesmo quando querem "testar" uma qualquer nova reforma, curriculo, etc, que é para correr tudo bem, porque, como as escolas de teste "são boas", não há grandes hipóteses de falharem.

Por isso, falar de sucesso em meios de sucesso, faz conduzir este País para onde está, porque essa gente "toda mui buena", raramente perde tempo a pensar com os azelhas, estatisticamente a maioria.

Fico, sentado, à espera dum candidato, que se dê ao trabalho de pensar neste assunto, e faça uma acção de campanha pelas bandas dos azelhas, para os tirar da fossa ...

iupi disse...

talvez seja útil, para saber de que falamos quando falamos do que falamos, dar uma vista de olhos ao que escreve o srº Giorgio Agamben em 'Estado de Excepção'.

não é tempo perdido.

Anónimo disse...

cavaco é um embuste

Bandido disse...

Há muito que me questiono o que anda a fazer o PR e para que nós o queremos?
Acho que é uma questão onde pagamos demais para ter de menos...

Alexandre Carvalho da Silveira disse...

Considerar auditorios como aquele atipicos, não é bom. Universidades como a Catolica formam elites, que infelizmente estão a abandonar o país.
Em Portugal a democracia foi, e é ainda confundida com igualitarismo. A media deve ser a mediocridade, e por isso somos o país que somos.
Esperam-nos tempos tenebrosos, e teem que ser os melhores a puxarem-nos para fora desta fossa onde este PS MEDIOCRE, a começar pelo 1º ministro, nos meteu.
Soares dos Santos, pessoa com quem não simpatizo particularmente, disse ontem, e eu concordo, que tem que ser a sociedade civil a dar a volta ao texto. A resposta de Vera Jardim, é elucidativa...

Anónimo disse...

tive pena de nao la estar. Gosto das coisas bem explicadas e este senhor e bom nisso!

Pedro Carvalho disse...

Espero que os seus augúrios estejam acertados porque venho da mesma ninhada... Em relação ao ciclo de conferências, gostaria de ir a duas, mas estou fora. Confesso a minha curiosidade, gostaria de saber se encheu. Estou, aliás, certo que mais nenhum candidato fará meia casa...

VANGUARDISTA disse...

Mal fadado Portugal!.
As perguntas dos estudantes (de sucesso assegurado) ao PR são, agora , combinadas. (o que não sucedeu em Coimbra, em 1969 (?) entre os estudantes ( só alguns com sucesso assegurado) e o PR Américo Tomás!)
Tens agora um PR que só se auto vangloria de avisos susurrados no passado e que do mais faz "tabú", em circuitos fechados e elitistas.
Quando é que tu triste Portugal te livras desta burguesia liberal, apatrida, calona, infecta, quadrilheira e embusteira, que vive de tabús, cunhas, compadrios, aparências, corrupção e da apropriação dos bens do Estado, como no Liberalismo e na 1ª Rep. o fizeram os avós e pais (no sentido familiar e/ou político) destes teus novos "senhores"?

Anónimo disse...

Junto a minha intervenção à de observador justamente para me interrogar: e como será ou se tornará cavaco quando a realidade lhe cair em cima, se chegar a cair?