28.4.10

«ISTO DURA ENQUANTO SE PUXA. MAS DEPOIS CAI E VOLTA TUDO ATRÁS»


Há 121 anos nascia o Doutor Salazar, como recordou um leitor. Ressuscitasse ele hoje, aqui e agora e, no mínimo, morreria imediatamente de susto. Disse a Franco Nogueira, quase no fim, que isto "estava bom para safados". Vê-se.

14 comentários:

Karocha disse...

Não tenham dúvida!!!

radical livre disse...

enfrentou com coragem situações bem difíceis:
défice público
guerras de Espanha, mundial, colnila; tentativas de golpes de estado

relatório de alto responsável no ANTT «o Sr D. João (Bourbon) é um libertino»

'liber tino' é o meu caderno de apontamentos

M. Abrantes disse...

Nasceu no mesmo ano e mês de Hitler. Pena é que tenha partido tão depois. O povo costuma dizer Deus bota-os ao mundo e eles ajuntam-se. Mas com estes dois a coisa foi mais fina: Deus botou-os ao mundo já juntos, não fosse o acaso desencontrá-los.

Anónimo disse...

Digam lá se não há anos especiais...

Em 1889, nasceram: Chaplin, Hitler, Wittgenstein, Heidegger, Gabriel Marcel, Hildebrand, Dom Manuel II e... Salazar.

Ah, já agora, no ano anterior, 1888, nasceram: Pessoa, Bernanos, T.S. Eliot, Carl Schmitt e... Cardeal Cerejeira.

João Gonçalves disse...

Comparar Hitler com Salazar é uma grosseria intelectual.

Karocha disse...

Com toda a razão JG.
Saibam o que é o fascismo.
Este mês nasceram Salazar e Isabel II.

Anónimo disse...

"estava bom para safados".

Estava e está cada vez melhor!

antónio chulado

Bic Laranja disse...

Nasceu no mesmo ano do Hitler, logo é um malvado.
Ele há gente que devia pedir desculpa de ter nascido...
Cumpts.

observador disse...

Só por curiosidade:

O que é que o bomfeitor S fez em 50 anos de Poder, para nos safar dos safados?

Mas lá que foi safadinho para os pagadores do costume, foi ....

Anónimo disse...

MEMÓRIAS DO PORTUGAL RESPEITADO

Corria o ano da graça de 1962. A Embaixada de Portugal em Washington recebe pela mala diplomática um cheque de 3 milhões de dólares (em termos actuais algo parecido com € 50 milhões) com instruções para o encaminhar ao State Department para pagamento da primeira tranche do empréstimo feito pelos EUA a Portugal, ao abrigo do Plano Marshall.

O embaixador incumbiu-me – ao tempo era eu primeiro secretário da Embaixada – dessa missão.

Aberto o expediente, estabeleci contacto telefónico com a desk portuguesa, pedi para ser recebido e, solicitado, disse ao que ia. O colega americano ficou algo perturbado e, contra o costume, pediu tempo para responder. Recebeu-me nessa tarde, no final do expediente. Disse-me que certamente havia um mal entendido da parte do governo português. Nada havia ficado estabelecido quanto ao pagamento do empréstimo e não seria aquele o momento adequado para criar precedentes ou estabelecer doutrina na matéria. Aconselhou a devolver o cheque a Lisboa, sugerindo que o mesmo fosse depositado numa conta a abrir para o efeito num Banco português, até que algo fosse decidido sobre o destino a dar a tal dinheiro. De qualquer maneira, o dinheiro ficaria em Portugal. Não estava previsto o seu regresso aos EUA.

Transmiti imediatamente esta posição a Lisboa, pensando que a notícia seria bem recebida, sobretudo num altura em que o Tesouro Português estava a braços com os custos da guerra em África. Pensei mal. A resposta veio imediata e chispava lume. Não posso garantir a esta distância a exactidão dos termos mas era algo do tipo: "Pague já e exija recibo". Voltei à desk e comuniquei a posição de Lisboa.

Lançada estava a confusão no Foggy Bottom: - não havia precedentes, nunca ninguém tinha pago empréstimos do Plano Marshall; muitos consideravam que empréstimo, no caso, era mera descrição; nem o State Department, nem qualquer outro órgão federal, estava autorizado a receber verbas provenientes de amortizações deste tipo. O colega americano ainda balbuciou uma sugestão de alteração da posição de Lisboa mas fiz-lhe ver que não era alternativa a considerar. A decisão do governo português era irrevogável.

Reuniram-se então os cérebros da task force que estabelecia as práticas a seguir em casos sem precedentes e concluíram que o Secretário de Estado - ao tempo Dean Rusk - teria que pedir autorização ao Congresso para receber o pagamento português. E assim foi feito. Quando o pedido chegou ao Congresso atingiu implicitamente as mesas dos correspondentes dos meios de comunicação e fez manchete nos principais jornais. "Portugal, o país mais pequeno da Europa, faz questão de pagar o empréstimo do Plano Marshall"; "Salazar não quer ficar a dever ao tio Sam" e outros títulos do mesmo teor anunciavam aos leitores americanos que na Europa havia um país – Portugal – que respeitava os seus compromissos.

Anos mais tarde conheci o Dr. Aureliano Felismino, Director-Geral perpétuo da Contabilidade Pública durante o salazarismo (e autor de umas famosas circulares conhecidas ao tempo por "Ordenações Felismínicas" as quais produziam mais efeito do que os decretos do governo). Aproveitei para lhe perguntar por que razão fizemos tanta questão de pagar o empréstimo que mais ninguém pagou. Respondeu-me empertigado: - "Um país pequeno só tem uma maneira de se fazer respeitar – é nada dever a quem quer que seja".

Lembrei-me desta gente e destas máximas quando há dias vi na televisão o nosso Presidente da República a ser enxovalhado pública e grosseiramente pelo seu congénere checo a propósito de dívidas acumuladas.

Eu ainda me lembro de tais coisas, mas a grande maioria dos Portugueses de hoje nem esse consolo tem.

Estoril, 18 de Abril de 2010

Anónimo disse...

M. Abrantes tem um intelecto só superado pelos meninos da crinabel.

Ass.: Besta Imunda

Paulo Carvalho disse...

http://povileu.blogspot.com/2010/04/as-voltas-da-historia.html

Anónimo disse...

Não quero mentir, mas ainda a propósito do «Plano Marshall tenho a lembrança de que o Dr Mário Soares, há uns anos atrás, ter-se-á referido a esse plano e à "estupidez" do Prof. Salazar em tê-lo recusado ...
De facto - e infelizmente - este regime tem-nos feito perder valores que outrora eram sagrados. Já não há nem Honra nem Vergonha.

Anónimo disse...

Se Salazar ressucitasse agora, se calhar não encontraria em todo o império uma vaga de porteiro.