Por falar no "25 de Abril", trinta e seis anos depois, o sr. Vara constitui outro fantástico exemplo da produção em série de gente que jamais teríamos tido o prazer de conhecer não fosse o miraculoso evento. Ámen.
13 comentários:
Anónimo
disse...
O corporativismo fascista era mais - como dizê-lo? - higiénico.
Eu não tenho idade para me lembrar destas coisas no "antes de abril", mas admito que, como siz o fsosalgueiro, "Até parece que antes do dito 25 não existiam casos destes".
O problema é que antes havia vergonha, e agora não há! E os "casos destes" eram ostracizados apesar do tacho, ou então os habilidosos tentavam passar despercebidos depois de atingirem os "objectivos"...
Isto continuou por algum tempo até que, para aí há 15-20 anos, a bandalheira foi "pé ante pé" tomando conta d'"isto". Nos últimos 5 anos a pouca vergonha tem crescido em progressão geométrica. Deve ser influência do exemplo do bandalho do dito cujo... se um personagem assim é PM, há que aproveitar as "oportunidades" sem vergonha!
Meu caro fsosalgueiro, a corrupção é antiga como o mundo e sempre esteve presente em todas as sociedades. Nas ditaduras também. O problema agora é a falta de vergonha, o atrevimento, o insulto público à justiça e instituições, a impunidade e o lugar carinhoso que é dado, nas televisões, para esses rapazes irem carpir e gemerem a "sua inocência" - isto depois de terem ajudado à fortuna do jornalismo, com grossas quantidades de anúncios a bolachas-com-fibras, entre um noticiário e outro. Parecem combinados. Sabemos que não são. Se no salazarismo a corrupção era conhecida, em especial pelo próprio Salazar, não era porém admissível a sua difusão aos quatro-ventos, de maneira tão obscena, e não só por razões de censura e falta de liberdade - reais - mas certamente porque, aí sim, constituiria um verdadeiro choque a todos. Acho que se, por exemplo e por absurdo, a famosa quinzena televisiva do "Face Oculta" tivesse podido ser assim transmitida e difundida por alturas de 1968, o País tinha-se indignado genuinamente. Ao contrário, agora, habitua-se a tudo em poucos minutos; principalmente porque os princípios e a educação foram definitivamente banidos. Os rapazes do PS, assim como os "pretos" e "cunhas" do PSD, chegam a ser considerados modelos a seguir por uma juventude "cada vez mais exigente e livre de preconceitos" - especialmente se forem jotinhas. É possível que a ditadura tenha ajudado a moldar esta actual casta de bandidos e tenha, no povo ajojado, plantado a semente da inveja. Parece certo que a história ouvida a quem privou com o ditador - Salazar - é verídica, mas como é claro, inconveniente de difundir: sugerido um nome para substituir um ministro - o que Salazar fazia o menos possível - ele terá dito "Esse não que é um safado, e eu nunca me dei bem com safados". Se as moscas ouvissem e falassem, penso que jamais teriam testemunhado estas palavras a sócrates.
Antes do 25A também havia casos destes, mas até nas falcatruas tinham pelo menos mais piada do que hoje em dia como foi o caso do Alves dos Reis. E mesmo a actividade " subversiva" tinha um sabor romântico como terá sido os casos do paquete Santa Maria (Henrique Galvão) e o desvio de avião (o primeiro de que há registo...) pelo socialista Edmundo Pedro. Havia incomensuravelmente menos casos do que hoje. É a massificação das "massas" ...
Continuamos a ter memória curta. Não defendo este 1º que temos (abrenuncio, lagarto, lagarto, lagarto) mas não podemos comparar os tempos. Trocar a liberdade que temos e tudo o resto que ganhamos por "meia dúzia" de mafiosos não vale a pena. Ainda assim, e por tudo isso, Abril vale a pena. Uma dúzia de varas e quejandos sempre se podem deitar ao rio. Eu no 25 de Abril ainda andava na escola, 4ª classe, não tinha idade para ter noção da ditadura, mas tenho consciência do que ganhamos. É verdade que muitas promessas não foram cumpridas, como na educação, a nossa principal chaga; apesar de o ensino estar mais "universal" temos mais iliteracia, mas a culpa não é só de Abril. São outras histórias...
Pois é: os males desta República são sempre justificados pela "opressão fascista" do anterior regime. Poucos têm a humildade de reconhecer que o mal de hoje se deveu ao PREC, às nacionalizações, de todo um programa do PCP e de uma extrema esquerda que ía euforicamente a reboque para a instauração de um "democracia popular" com o tal partido de vanguarda. O resultado foram anos de desinvestimento, das medidas draconianas do FMI quando o Dr. Soares era primeiro-ministro e finalmente, com a entrada na CEE e os dinheiros de Bruxelas, que possibilito o País recuperar algum equilíbrio. Antes do PREC, o crescimento da nossa economia rondava os 6 a 8% ao ano, não havia deficite e a dívida pública estava controlada. Esta é a realidade, apesar de, todos os anos, no 25 de Abril, o Estado Novo seja a panaceia de todos os males que este regime padece. Pior que um cego é aquele que não quer ver.
Será que o último anónimo sabe que em 74 havia uma crise mundial? E será que sabe que Espanha também crescia muito antes do 25 de Abril e que, apesar dos PRECs, Portugal cresceu mais que nuestros hermanos no pós 25 de Abril?
13 comentários:
O corporativismo fascista era mais - como dizê-lo? - higiénico.
Culpar Abril por isto é no mínimo hipócrisia e no seu caso simplicidade. Até parece que antes do dito 25 não existiam casos destes. Enfim...
Há que continuar e aprofundar o que Abril nos deu.
Eu não tenho idade para me lembrar destas coisas no "antes de abril", mas admito que, como siz o fsosalgueiro, "Até parece que antes do dito 25 não existiam casos destes".
O problema é que antes havia vergonha, e agora não há! E os "casos destes" eram ostracizados apesar do tacho, ou então os habilidosos tentavam passar despercebidos depois de atingirem os "objectivos"...
Isto continuou por algum tempo até que, para aí há 15-20 anos, a bandalheira foi "pé ante pé" tomando conta d'"isto". Nos últimos 5 anos a pouca vergonha tem crescido em progressão geométrica. Deve ser influência do exemplo do bandalho do dito cujo... se um personagem assim é PM, há que aproveitar as "oportunidades" sem vergonha!
PC
Meu caro fsosalgueiro,
a corrupção é antiga como o mundo e sempre esteve presente em todas as sociedades. Nas ditaduras também. O problema agora é a falta de vergonha, o atrevimento, o insulto público à justiça e instituições, a impunidade e o lugar carinhoso que é dado, nas televisões, para esses rapazes irem carpir e gemerem a "sua inocência" - isto depois de terem ajudado à fortuna do jornalismo, com grossas quantidades de anúncios a bolachas-com-fibras, entre um noticiário e outro. Parecem combinados. Sabemos que não são. Se no salazarismo a corrupção era conhecida, em especial pelo próprio Salazar, não era porém admissível a sua difusão aos quatro-ventos, de maneira tão obscena, e não só por razões de censura e falta de liberdade - reais - mas certamente porque, aí sim, constituiria um verdadeiro choque a todos. Acho que se, por exemplo e por absurdo, a famosa quinzena televisiva do "Face Oculta" tivesse podido ser assim transmitida e difundida por alturas de 1968, o País tinha-se indignado genuinamente. Ao contrário, agora, habitua-se a tudo em poucos minutos; principalmente porque os princípios e a educação foram definitivamente banidos. Os rapazes do PS, assim como os "pretos" e "cunhas" do PSD, chegam a ser considerados modelos a seguir por uma juventude "cada vez mais exigente e livre de preconceitos" - especialmente se forem jotinhas. É possível que a ditadura tenha ajudado a moldar esta actual casta de bandidos e tenha, no povo ajojado, plantado a semente da inveja. Parece certo que a história ouvida a quem privou com o ditador - Salazar - é verídica, mas como é claro, inconveniente de difundir: sugerido um nome para substituir um ministro - o que Salazar fazia o menos possível - ele terá dito "Esse não que é um safado, e eu nunca me dei bem com safados". Se as moscas ouvissem e falassem, penso que jamais teriam testemunhado estas palavras a sócrates.
Ass. Besta Imunda
Antes do 25A também havia casos destes, mas até nas falcatruas tinham pelo menos mais piada do que hoje em dia como foi o caso do Alves dos Reis. E mesmo a actividade " subversiva" tinha um sabor romântico como terá sido os casos do paquete Santa Maria (Henrique Galvão) e o desvio de avião (o primeiro de que há registo...) pelo socialista Edmundo Pedro. Havia incomensuravelmente menos casos do que hoje. É a massificação das "massas" ...
Toda esta BANDALHEIRA acabava se, em vez de "chamar" certos canalhas a depor nas comissões, simplesmente os pusessem nas cadeias.
Esses "tipos", além de serem sanguessugas, chulos e oportunistas, são péssimos exemplos para uma sociedade que se quer, pelo menos, decente.
Cadeia com esses cromos e quem os protege, o mais rápido possível: é urgente "limpar" o país desta 'caça fraca' e da porcaria que fazem.
nb: o anónimo das 7:32 pm é o antónio chulado
Continuamos a ter memória curta. Não defendo este 1º que temos (abrenuncio, lagarto, lagarto, lagarto) mas não podemos comparar os tempos. Trocar a liberdade que temos e tudo o resto que ganhamos por "meia dúzia" de mafiosos não vale a pena. Ainda assim, e por tudo isso, Abril vale a pena. Uma dúzia de varas e quejandos sempre se podem deitar ao rio.
Eu no 25 de Abril ainda andava na escola, 4ª classe, não tinha idade para ter noção da ditadura, mas tenho consciência do que ganhamos. É verdade que muitas promessas não foram cumpridas, como na educação, a nossa principal chaga; apesar de o ensino estar mais "universal" temos mais iliteracia, mas a culpa não é só de Abril. São outras histórias...
Pois é: os males desta República são sempre justificados pela "opressão fascista" do anterior regime. Poucos têm a humildade de reconhecer que o mal de hoje se deveu ao PREC, às nacionalizações, de todo um programa do PCP e de uma extrema esquerda que ía euforicamente a reboque para a instauração de um "democracia popular" com o tal partido de vanguarda. O resultado foram anos de desinvestimento, das medidas draconianas do FMI quando o Dr. Soares era primeiro-ministro e finalmente, com a entrada na CEE e os dinheiros de Bruxelas, que possibilito o País recuperar algum equilíbrio.
Antes do PREC, o crescimento da nossa economia rondava os 6 a 8% ao ano, não havia deficite e a dívida pública estava controlada. Esta é a realidade, apesar de, todos os anos, no 25 de Abril, o Estado Novo seja a panaceia de todos os males que este regime padece. Pior que um cego é aquele que não quer ver.
Amén!
Será que o último anónimo sabe que em 74 havia uma crise mundial? E será que sabe que Espanha também crescia muito antes do 25 de Abril e que, apesar dos PRECs, Portugal cresceu mais que nuestros hermanos no pós 25 de Abril?
Portugal "cresceu mais" depois do 25A ?! Ehehehehe ... foi, cresceu em altura !
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