29.4.10

AS RAZÕES DO PAPA


Venho do lançamento do livro da Aura Miguel sobre Bento XVI. Marcelo, um católico optimista, apresentou. Revi amigos sem data nem marcações prévias como o João Seabra e o João Amaral, da editora, de quem partiu a ideia do livro. A Aura é jornalista de profissão e a única que acompanha as viagens papais com estatuto de "vaticanista". Neste sentido, a Aura é atípica da monomania jacobinóide e materialista que tomou conta da quase totalidade dos media e que só serve, afinal, para revelar analfabetismos funcionais, ignorâncias várias e preconceitos chiques. A maior parte dos que escrevem contra Ratzinger são burros e burras simples. Sucede que a mensagem deste Papa é demasiado elementar na sua aparente complexidade. É, aliás, a única mensagem verosímil da Igreja neste tempo - uma mensagem radical, altamente exigente, como recordou Marcelo. Porque, nesta Europa secularizada, nós, católicos, somos uma minoria apesar das estatísticas, coisa que Bento XVI não se cansa tranquilamente de repetir diante de uma pessoa ou de milhões delas. A Aura falou de um Papa que aí vem que nos quer inteligentes precisamente porque a fé, na razão, acrescenta vida à vida. Este livrinho de menos de cem páginas ajuda a perceber porquê. (Nota: amanhã, dia 30, o livro é apresentado na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, no Porto, às 19h00, por D. Manuel Clemente)

2 comentários:

www.angeloochoa.net disse...

Os media e a net (blogues) estão cheios dessa superficial burrice de que fala J.G. Leio ainda agora de talheres dourados a ouro para não sei que refeição de não sei que avião e ouço na rr das 19h de medalha comemorativa a ouro de o 2017 (centenário das Aparições) a oferecer a Bento xvi pela cidade de Ourém... Penso ser ouro áureo a mais -- pese embora à Aura Miguel que culpa nenhuma tem de ter aura de nome. Aura não áurea, mas de amor, em tempos de crise, é o que me ocorre que precisamos. Não foi este Papa que pediu, por ele mesmo, orações ab initio do seu pontificado? O amor não é amado não se cansava Francisco (o de Assis) de clamar. Se somos amados é de alimárias (cabrinhas ou canídeos) e de Deus. E de Sua Mãe que desde 84 (Rainha da Paz) pede -- orem, orem, orem. Pede-nos inclusive que oremos por Ela. Mais do que uma vez. Se não temos terço de rosário em contas de prata ou áureas, temos os dedos das mãos. Caridade Amor Verdade é o nosso Deus que ama. Verdade sejamos nós que se menos amamos não menos amados somos. Sintamo-nos amados, amados também de Bento xvi. Tão simples como água. Quanto ao resto deixemos o paciente Deus agir, que Ele é Senhor da História. E deixemos também definitivamente de lado a nossa pacóvia ingenuidade triunfalista.

Anónimo disse...

A propósito do Papa e deste post, eu que sou católica praticante e por consequência rezo diàriamente, tenho uma Fé imensa em Deus e Nossa Senhora e pergunto-me como é possível viver-se sem Fé. Como é possível? Eu não me sinto bem, isto é, o dia não me corre tão bem (ou eu tenho essa percepção, talvez sem razão lógica) se não dedicar as minhas preces diárias a Deus e a Nossa Senhora. Tenho igualmente Fé em alguns Santos da minha devoção aos quais dedico também orações.
Isto para dizer que acho inconcebível viver-se sem Fé. A Fé dá-nos uma força interior difícil de traduzir em palavras, estabilidade emocional, segurança, bem estar, alegria e sobretudo PAZ. Uma Paz interior que nos faz dar valor a tudo o que nos rodeia e especialmente vontade de viver. Sem uma verdadeira Fé em Cristo nada há nesta vida que valha a pena. Tenho pena de quem não acredita em Deus. De quem não tem Fé. É uma pessoa pouco feliz de certeza.
Maria