Outro momento elevado ocorrido na dita comissão deu-se quando Manuela Ferreira Leite foi "interrogada" por esse prodígio intelectual que é o sr. Canas. A ex-líder do PSD afirmou "ter a certeza absoluta" que Sócrates mentiu ao prestigiado parlamento português. Fala, logo mente, foi sempre a premissa de que partiu Ferreira Leite durante a sua fulgurante carreira de presidente partidária que tanto sucesso mundial lhe granjeou. Se estivesse no lugar de Sócrates, processava-a imediatamente devolvendo-lhe o ónus da prova. Aliás, e apesar do público "perdoa-me", também processava o boy Soares por, entre outras coisas, abuso de confiança. A escassez de processos intentados por causa de coisas destas, tão peremptórias quanto inconclusivas, dava outra comissão de inquérito. E, já agora, deixava de falar com o amigo Vara, a não ser sobre a inconfundível beleza dos portos marítimos, porque ele baralha-se muito apesar de ser um homem de métier. E só via os telejornais da tvi.
7 comentários:
fazia ao ps o mesmo que um betinho fazia aos gatos quando o meu amigo andava com ele e com meu filho na D.Pedro V.
metia os bichos na sanita, baixava a tampa e descarregava o autoclismo.
à saída o bicho parecia zaé sapatilhas quando animal feroz
A um PM deveria estar simplesmente vedado todo e qualquer comentário a toda e qualquer "linha editorial" dos media.
Sem observar este dever de circunspecção, todos gritam à censura e o sistema político volta a "perder-se" em enredos e merdices sem fim. De uma vez por todas é preciso mudar este estado de coisas e a começar pela Constituição.
Isto assim é um imenso desperdício de energias !
A carreira de Ferreira Leite - a quem o país deve o primeiro parar para pensar - não é inferior à de Cavaco e tenho a impressão que não faria a triste figura que Cavaco fez na R. Checa.
P.S. E claro que tem a certeza absoluta. A Dra. Ferreira Leite conhece o país, conhece as regras em vigor - as escritas e as não escritas e sabe também que as pessoas são simples (mesmo as que gostam de parecer simples).
... Quanto aos lindos portos que Fócrates admira (entre eles o porto e baía de Setúbal só comparável a Napoli no dizer de Pirandelo) não há barcos a afundarem-se a não ser o seu (nosso) do seu (nosso) des-governo mas a teia de mentira é tão densa e a morosidade da reposição da justiça aponta para o ano distante de 2333 (da graça de Cristo p.C) que a neblina que envolve seu pseudo-sebastianismo de venda de enlatados não nos deixa enxergar nada -- «fala, logo (leia-se imediatamente) mente». Manuela Ferreira Leite é de outra fibra e sabe tão bem como qualquer cristão de qualquer parte do mundo que Santo António é de Pádua Lisboa e Tuto el Mondo. O que não dá motivo a indignações de tabuletas a apagar ou a corrigir como terá dito ao Listopad das estopadas checas. Ressalvo embora que entre um Cavaco inculto e um Alegre intelectualóide de pregos em tábuadas opto pelo primeiro. Que não são palavras tonitruantes e barbas espessas que fazem verdade nesta nossa inculta cultura. Bessa Luís, Manoel e Bento xvi nos valham, que são já defuntos o Menino Jezu Pacheco Luiz , ( além de Sena e César Monteiro) -- esse que com seus sapatos a ele empretadados nos animava as manhas da rescrita. (Ochoa para João Gonçalves admirado mas não muito de a Srª Drª Maria Cavaco Silva lhe não haver dado resposta de afadigada em Caritas e em Cantos de Lúsiadas a fominha assaltando Pingos Doces diariamente que diariamente o pão quotidiano nos não dão hoje, saibamos embora nós pater nosters de curas...)
Infantilidades. Quem mentiu, quando e porquê. A investigação é e será, no plano prático, completamente estéril. Até porque, na dúvida, todos mentem ou mentiram. A quela casa deve ser, junto com barbeiros e oficinas-auto, dos maiores depósitos de mentiras alguma vez edificados. Tem até uma tradição secular (coisa que não podemos afirmar das oficinas-auto). Sócrates, por inépcia e sentimento de impunidade/irresponsabilidade irreprimíveis, num primeiro momento negou infantilmente "o conhecimento". Depois tenta acertar o tiro e diz que não conhecia "formalmente" (risível). Ainda mal-refeito da primeira agitação provocada por estas afirmações e justificações infantis, Sócrates - que passou a vida a mentir, como modo de vida - descobre, no seu segundo governo, que não lhe vão perdoar o facto e que o aproveitamento será implacável! (sempre bem apoiado por rapazes-sagazes e de transbordante lucidez). Quem nunca foi a um tribunal ainda pode pensar que estes processos de apuramento da verdade correm regularmente, com lógica, com pureza e sinceridade e que são perfeitos e claros, como nos filmes americanos. O que está a ser tentado é só o impossível - pelo menos para este ameaço de democracia que temos em Portugal. Na verdade, as pessoas são baixas, imperfeitas, estúpidas, visceralmente mentirosas e dessimuladoras, cobardes e auto-defensivas: Canas, aquele portentoso intelecto, fez de ACUSATOR do PS, num desempenho que as atrofiadas mentes do esfrangalhado PS consideram (...João Soares!...) brilhante e duro. Manela, lá disse o que era esperado, no seu estilo perentório mas gozável - é uma das suas vulnerabilidades - e apesar de ter proferido evidências e ter feito lógica, "não conseguiu provar". Coisa que agora sabemos também inútil, vejam-se os tribunais-névoa. A noção de que vivemos ou podemos viver numa sociedade a preto-e-branco com personagens cartesianos e conduta previsível - sejam os bons ou os maus - é infantil e agora dá apenas jeito à oposição. O regime, em Portugal, não tem tradição de respeito e honestidade e embora seja bom começar um dia qualquer, ainda estamos muito longe dos mui-recentes e provincianos EUA, à data do escândalo Watergate. Aí sim, o sistema funcionou e todos os actores fizeram o máximo uso de todas as armas legais ao seu alcance. O respeito pela Lei e pelos processos foi transversal aos dois partidos e o interesse primeiro foi preservar o regime/sistema/Lei usando-os com eficácia e lealdade para descobrir "a verdade". Cá temos sócrates, canas, ricardos. Deus tenha piedade de nós.
Ass.: Besta Imunda
Manuel Ferreira Leite é uma senhora verdadeira e estupenda, que não merece a mais pequena beliscadura.
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