Por ocasião da reedição de um grande livro de Deleuze - o da foto - , a coincidência de tanto Proust em posts. Continue. «Il s'agit [na Recherche], non pas d'une exposition de la memóire involontaire, mais du récit d'un apprentissage. Plus précisément, apprentissage d'un homme de lettres.»
5 comentários:
um prof dizia na ENS com toda a razão a respeito do pessoal do 'faz de conta' tipo sapatilhas:
'il travaille pas! il s'agite!'
Alors, il s'agit d'une agitation. Mais c'est gleimouroi-euse!
Ass.: Besta Imunda
Não que esteja particularmente mal disposto(como habitualmente o autor do blogue) mas o Proust mereceria melhor selecção do que a indicada,e o seu post melhores comentários. É o que há. Alem disso,a sua citação (do Deleuze,suponho,não fui verificar) tem o inconveniente de qualquer "redução" de uma obra infinita como a "Recherche". A obra é sim a "apprentissage", mas é tambem a meditação sobre a memória involuntária. Uma não exclui a outra,nem nenhuma tem que ser predominante,como gostam os "explicadores". Lembro-me que o Mahler dizia a um visitante da sua casota de férias que não precisava de ir contemplar as paisagens porque as suas sinfonias continham a vida toda. O mesmo para o Proust. Está lá a vida toda. Se possível,não menorizemos.
Foi o que se arranjou, anónimo. Como do Marcelo não sei mais nada senão a recordação do cheiro dos queques-madalenas e do chá, preferi asnear a propósito de sócrates - outro que não conhece o Marcelo. Não tenho capacidade para medir a qualidade do post do Dr. Gonçalves; mas se ele publicar um sobre corte de pedra ou inércia térmica, o meu comentário será bom.
Do Gustavo gramo a nº3, a nº6, a nº7 e a nº10 (meia, pelo menos); as nºs 1, 2, 4, 5, 8 e 9 custam-me a revisitar por questões pessoais. A 8 é uma chatura. Experimente dirigidas pelo Eliahu Inbal.
Ass.: Besta Imunda
Pois talvez valha a pena tentar outras passagens proustianas que podem (ou não) levar ao mergulho na obra onde quando se entra nunca mais se sai. Procure quanto à memória involuntária,a evocação dos lajedos do baptistério de S.Marcos no "Temps Retrouvé". E a meditação que antecede a morte de Bergotte perante a "Vue de Delft" do Vermeer. São,na minha modesta opinião,dois dos grandes momentos da Literatura,senão do espírito humano,e podem desafiar alguem com bom gosto(excepto no pseudónimo,já aqui debatido) a tentar com calma "iniciar-se" nos mistérios da Recherche. Quanto ao Gustavo,parabens pela apreciação. O Inbal é certamente bom,mas prefiro o Bernstein,com as suas imperfeições de romântico exacerbado,que o Mahler talvez não rejeitasse. E há os monumentos do Bruno Walter a dirigir em 38 a Nona num trágico e breve exílio de Viena,a Segunda do Klemperer com a Kathleen Ferrier,etc. Qualquer minuto destas letras e músicas vale com certeza muito mais que horas de debates da chamada política nacional...
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