29.7.10

DO CURTO-TERMISMO DOS DINOSSÁURIOS


1. «É a aceleração que conduz à consagração do curto-termismo, como se ela fosse na verdade, na bela expressão de Milan Kundera, o único êxtase do homem moderno. A aceleração dilui a percepção do tempo, condenando-nos a viver num presente perpétuo em que os acontecimentos se multiplicam na razão inversa da compreensão do seu sentido. A torrencial multiplicação dos pontos de vista tem como único efeito seguro o de privar o homem contemporâneo de qualquer perspectiva consistente sobre o quer que seja.O curto-termismo, que decorre automaticamente desta aceleração e se impõe em todas as vertentes da vida contemporânea, é o que melhor define a mutação radical que ocorreu na nossa relação com o tempo. É ele que nos priva de qualquer horizonte onde se possam instalar verdadeiros projectos de vida, individuais ou colectivos.»


Manuel Maria Carrilho, DN

1 comentário:

Anónimo disse...

A principal razão da crise onde estamos metidos é termos chegado ao ponto onde as contradições das Sociais-Democracias e do Keynesianismo em vigor
começam a chocar violentamente com a evolução tecnológica.

Já não são precisas casas , estradas, pontes, a maioria já está construída, os produtos duram mais, são de melhor qualidade. Custa menos produzir.

Mas os sistema não está desenhado para parar de crescer mesmo artificialmente. Se um carro não presta e tem de ser substítuido de ano a ano esse país tem mais crescimento do que um que tem um carro com qualidade para durar 5 anos.

Com uma sistema inflexível onde por definição se precisa de trabalhar 5 dias por semana, logo faz-se uma parte produtiva trabalhar para a outra parte que pouco ou nada produz e só tem emprego. Em vez de todos trabalharem em algo produtivo -produtos ou serviços que o mercado queira- e diminuírem os dias de trabalho.

Hoje a maioria já deveria estar a trabalhar 4 dias por semana. Ganharia muito menos mas pagaria muitos menos impostos e os produtos e serviços seriam muito mais baratos.
Mas os inflacionistas não permitem.

Mas para manter os 5 dias por semana
quem trabalha os 5 dias tem de sustentar 10% de desempregados mais
centenas de milhar de empregos inúteis inventados no Estado, nas Autarquias e mesmo nas Empresas.

Para dificultar há três sectores que prendem todos com a sua ineficiência:

Elitistas que se julgam nobres acima da Economia e do Mercado.

São estes Poderosos que não precisaram de aumentar a produtividade no último século:A Educação, a Justiça e a Saúde.

Hoje pode-se ir voltar de Paris de avião com uma semana de ordenado. Há 30 anos seria talvez preciso um mês de trabalho. Onde é que na Educação, Justiça, Saúde houve evolução comparável nos últimos 100 anos?

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Em suma o sistema não está preparado para beneficiar da evolução da produtividade e qualidade a partir do grau em que o seu aumento diminui naturalmente o trabalho e a actividade económica.

Neste momento somos uma cobra que come a sua cauda, a cada aumento de produtividade num lado nascem mais milhares de empregos inúteis no outro para manter os 5 dias de trabalho. Como é uma soma de resultado nulo não há crescimento, logo baixa-se os juros e incentiva-se o crédito. Assim o Governo do momento pode dizer que teve crescimento. Depois chegará a conta.


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