Leio uma frase retirada de uma entrevista da editora Maria do Rosário Pedreira: «é preciso criar os Saramago e Lobo Antunes de amanhã.» Com o devido respeito, já estamos razoavelmente servidos deles. Não é preciso esperar por amanhã. E, depois, como é que se "criam" escritores? Curiosa sinceridade, a da editora. Longe vão os tempos em que os escritores eram os criadores e não estavam à espera que os criassem. Sem querer, a editora explicou as criaturas que passam aí por escritores apenas porque estão inscritos num partido, numa religião, numa televisão ou num jornal. «Quando tudo é cultura, então nada é cultura», lembrava, há oito dias em Almada, Manuel Maria Carrilho. Tal como quando tudo é literatura, nada é literatura. Está certo.
Adenda: A propósito da propedêutica editorial, este post.
Adenda: A propósito da propedêutica editorial, este post.
3 comentários:
Excelente, assim como a adenda.
O meu amigo acertou na moche. Não posso concordar mais...
Saudações Chaladas
Se pensa que uma editora não cria autores, anda a viver no mundo da Lua...
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