Depois disto, e feita a "triagem" porque o Rodrigo da Fonseca tinha razão, estas opiniões de leitores aparentemente com um nome.
Manuel Pessanha: «Como já uma vez aqui disse tenho 72 anos. Os 73 chegam em Novembro. Nascido em 1937, de pai sapador bombeiro e mãe camponesa reciclada em costureira a dias, vivi a infância e a adolescência no 2º período do Estado Novo. O 1º, para mim é o que vai da sua fundação, no plebiscito da Constituição de 1933, até ao apogeu da Exposição do Mundo Português de 1940, de que tenho a memória vaga e confusa de andar no meio de muita gente ao colo de meu pai. O 2º período, aquele que me marcou, começa com as memórias da guerra e terminará em 1961, comigo já homem feito e curso acabado, com o começo da guerra de África. Foi esse período, com a vivência que nele tive, em casa, na escola, no liceu e finalmente no IST, que me formou para o resto da vida. A casa era casa de pobres que se esforçavam por viver um pouco melhor. Como não era de classe média fui poupado aos problemas de consciência da classe média, nunca tive essa piedade criadora de remorso político que gerou Cunhal e Soares e, mais tarde, Sampaio e Guterres. Todos eles se sentiram culpados por haver uma classe operária, sofredora e explorada, que criava as mais valias de que eles gozavam. Pertencendo ao mundo do sub proletariado, eu não podia ter pena de mim mesmo e muito menos remorsos de explorador. Os amigos lá de casa não eram burgueses envergonhados nem burgueses politicamente ambiciosos: eram bombeiros, polícias, pedreiros, padeiros, criadas de servir. As conversas não eram sobre liberdades políticas nem opções de classe. Eram sobre o preço das sardinhas e das batatas e a única ambição comum a todos eles era a de viver melhor. Numa casa, mesmo pequena, em vez de um quarto com serventia de cozinha. De comprar uns sapatos novos quando os velhos já não aguentassem mais as meias solas. De vestir os filhos sem ser sempre com a roupa do pai, virada e encurtada. Mas, estranhamente, não me lembro de os ouvir culpar o governo pelas suas carências. Antes pelo contrário, quando comparavam com os anos passados, eles viviam melhor. Sobretudo, eles viviam tranquilos. Comentava-se às vezes a desordem "do tempo da Republica" e agora era melhor: podia-se andar na rua sem medo dos tiros, havia trabalho, havia segurança. A minha mãe rezava todos os dias e todos os dias agradecia a Salazar poder criar o seu filho fora da guerra e da política - para ela a política era a desordem. E todos estavam de acordo em que o Salazar nos tinha safado da guerra - ao contrário do Afonso Costa que eu, na altura, nem sabia quem era ou tinha sido. A escola era a escola pública, no meu caso a 72 da Calçada da Estrela. E a escola era o Professor Romão. Nesses anos de 1944 a 1948 o Professor Romão teria 50 e poucos anos. Ou seja, teria nascido na década de '90 do século XIX e teria estado em idade de ser chamado a servir o Exército em 1916 - quando se formou o C.E.P. e o enterraram nas trincheiras da Flandres. E seria homem na casa dos 30 quando Gomes da Costa desceu de Braga. O Professor Romão era um homem de aspecto severo, exigente e de poucas palavras. Não soube nunca a sua cor política, se é que a tinha. Mas todo o seu ensino cumpria com zelo - seria até entusiasmo? - o programa nacionalista do ensino primário do Estado Novo. A escola 72 ficava numa área que hoje seria chamada de pluralidade inter social, com alunos que vinham da aristocracia da vizinha Lapa até aos proletários das transversais à Calçada da Estrela, entre os quais eu. Todos recebemos a mesma atenção e, quando considerado necessário, as mesmas reguadas. Todos fizemos o temido exame da 4ª classe. Todos éramos alunos do mesmo ensino primário oficial - o Estado Novo não fechava a ninguém a porta da escola primária. E quando eu me preparava para seguir para a Escola Comercial o Professor Romão chamou a minha mãe e teve com ela uma séria conversa que desembocou num exame de admissão ao Liceu Normal de Pedro Nunes. Porque o Professor Romão tinha a certeza que o mérito era recompensado no ensino oficial e que eu nunca pagaria propinas porque teria sempre direito à sua isenção, com base na legislação do Estado Novo que assegurava ensino secundário grátis a alunos de Quadro de Honra provenientes de famílias economicamente desfavorecidas. Não desiludi o Professor Romão. O liceu fez de mim a pessoa que fui para o resto da vida. Por influência dos professores, do reitor, da disciplina e hábitos de estudo a que me obrigou. E por influência dos colegas que ali encontrei e cuja amizade, nalguns casos, dura até hoje. Não direi os seus nomes porque alguns são ainda hoje gente conhecida, mas conhecida pelas suas capacidades profissionais e académicas. Os que se tentaram pela política depois de 1974 já se afastaram - o mundo de arrivistas e oportunistas que os partidos criaram não é para eles. Faço excepção da excepção: um Jorge Sampaio todo fardado com a blusa verde da MP e que depois sentiu a necessidade de se justificar - não sei se perante ele se perante outros. Mas esse ensino virado para o reconhecimento do mérito e do esforço era o ensino salazarista - que produziu do melhor que houve na elite portuguesa do século XX e a partir de todas as classes sociais e não, como hoje se mente descaradamente, só com os filhos dos ricos. Salazar criou o Estado Novo. E com ele um país também novo onde a ascensão social era não só possível mas acarinhada pelo Estado. Estatísticas e números que hoje se começa a ter a coragem de citar provam que o período do Salazarismo foi um dos períodos de toda a vida histórica do País em que Portugal mais cresceu. Falta começar a dizer que, ao contrário da propaganda esquerdista, foi também durante o Salazarismo que Portugal teve um dos seus melhores períodos para ascensão social das classes trabalhadoras. Pela via do estudo e da recompensa ao mérito.»
José Sequeira: «Corria o ano de 1950, mais precisamente a 9 de Fevereiro, em pleno Inverno. O Doutor Salazar, após uma qualquer ausência, regressava, já a altas horas, ao Palácio de S. Bento. No exterior da residência oficial do Presidente do Conselho, olhos bem abertos, um guarda da P.S.P., provavelmente batendo os pés para afastar o frio que se infiltrava pelas aberturas do grosso capote, aguardava com ansiedade a chegada do importante inquilino daquela casa. Só após isso poderia descansar um pouco. É que os tempos eram de grande tensão e o receio de atentados contra o Doutor Salazar estavam sempre presentes nos briefings diários com que eram contemplados os elementos que habitualmente compunham a guarda do Palácio. Com efeito desde que, menos de um ano antes, diversos elementos da direcção do P.C.P., entre eles Álvaro Cunhal, tinham sido presos, a segurança pessoal do efectivamente máximo dirigente da Nação, não era descurada em nenhum pormenor. Acrescia ainda o facto de um desses dirigentes – Militão Ribeiro – ter morrido, no mês anterior, na Penitenciária de Lisboa. De repente, quase sem aviso, a viatura oficial deu a volta, vinda da Calçada da Estrela e, detendo-se apenas um pouco, enquanto o portão, já previamente entreaberto, completava o quarto de círculo, quase sem dar tempo ao nosso Guarda para uma rápida continência, desapareceu, no interior do Palácio, acompanhada com os olhos pelos restantes polícias, presentes em diversos locais do frondoso jardim. Poucos segundos depois, vindo da mesma direcção, aparece um táxi, completamente cheio, que tenta entrar pelo portão, ainda aberto. Segundo reza o auto de corpo de delito, posteriormente instaurado, o guarda mandou parar o táxi e, perante a recusa deste, alvejou-o com várias rajadas de pistola-metralhadora, ao nível dos pneus, atingindo também o próprio motor e faróis, provocando a sua imobilização, não tendo no entanto atingido nenhum dos ocupantes. Ora o Chefe do Governo vinha precisamente nesse simples táxi, numa manobra de diversão montada pela sua segurança pessoal, para assim o salvaguardar de um qualquer atentado contra a viatura oficial. A ignorância do Guarda, provavelmente associada às comunicações deficientes, a um qualquer excesso de segredo, ou a uma troca de viaturas decidida em cima da hora, poderia, ter custado a vida ao grande estadista que ainda governou o país mais dezoito anos. Apenas para terminar, o Guarda foi ilibado, por intervenção do próprio Doutor Salazar, embora o processo, que só acabou por ser completamente arquivado em 1979, dez anos após a sua morte, ocorrida um ano antes do outro involuntário protagonista, lhe tenha provocado muita angústia e enormes problemas do foro psicológico, uma vez que se tratava de um indefectível salazarista. Se o desfecho do infeliz incidente tivesse sido outro, provavelmente nem eu poderia estar aqui a descrevê-lo, uma vez que este guarda foi o meu saudoso Pai, de seu nome Custódio Sequeira e que, após ter entrado em Lisboa, em 1926, como soldado do Regimento de Infantaria de Vila Real, integrado nas forças militares que derrubaram a 1ª República, serviu na P.S.P. entre 1928 e 1957.»
M. Abrantes: «Não foi, com toda a certeza, à custa dos saneamentos de professores universitários nas décadas de 30 e 40 que Portugal se tornou menos analfabeto. Portugal tinha, em 1974, uma das mais elevadas taxas de analfabetismo da Europa (cerca de 30%). Não deve também ter sido à custa do saneamento de alguns médicos de renome, na década de 40, que Portugal viu melhorada a saúde pública. Em 1970 morriam em Portugal à nascença cerca de 53 crianças em cada mil, ao passo que na europa dos 27 esse número era inferior a 30 por mil - http://www.ffms.pt/pt/actividades/mortalidade-infantil.php - isto é um indicador de subdesenvolvimento de um país que tinha colónias ricas como Angola, e que tinha em S.Tomé um dos principais produtores de cacau no mundo. Parece que Salazar foi um bom ministro das finanças. É pena que não se tenha ficado por aí. »
Fátima Duarte: «Como bloger jovem (apesar de já ser avó)ao ler este t/blog s/Salazar, em 1ºlugar,congratulo-me verdadeiramente s/a censura q anuncias previamente p/ñ haver disparates a conspurcarem o "portugaldospequeninos": bem visto!Em 2ºlugar,só quero recordar a diferença abissal entre 2governantes(ñ pbstante ambos provincianos)separados p/40 anos de História:
-O Presidente do Conselho era inteligente,competente,SÉRIO no s/trabalho e nunca se lhe conheceram actos de ganância ou assaltos ao Tesouro Público muito menos d corrupção;
-o actual 1ºMinistro é um "xico-esperto",incompetente,um "aldrabão da pior espécie"(sic:Pires de Lima) e vendilhão de politiquices q só destroem as Finanças da NAÇÃO! Esta é "history in the making" e não precisamos de esperar 40 anos p/julgar este imbecil que nos desgoverna!Está à vista de tds que não presta... e até o PS já anda embaraçado com a esta palhaçada!»
Manuel Pessanha: «Como já uma vez aqui disse tenho 72 anos. Os 73 chegam em Novembro. Nascido em 1937, de pai sapador bombeiro e mãe camponesa reciclada em costureira a dias, vivi a infância e a adolescência no 2º período do Estado Novo. O 1º, para mim é o que vai da sua fundação, no plebiscito da Constituição de 1933, até ao apogeu da Exposição do Mundo Português de 1940, de que tenho a memória vaga e confusa de andar no meio de muita gente ao colo de meu pai. O 2º período, aquele que me marcou, começa com as memórias da guerra e terminará em 1961, comigo já homem feito e curso acabado, com o começo da guerra de África. Foi esse período, com a vivência que nele tive, em casa, na escola, no liceu e finalmente no IST, que me formou para o resto da vida. A casa era casa de pobres que se esforçavam por viver um pouco melhor. Como não era de classe média fui poupado aos problemas de consciência da classe média, nunca tive essa piedade criadora de remorso político que gerou Cunhal e Soares e, mais tarde, Sampaio e Guterres. Todos eles se sentiram culpados por haver uma classe operária, sofredora e explorada, que criava as mais valias de que eles gozavam. Pertencendo ao mundo do sub proletariado, eu não podia ter pena de mim mesmo e muito menos remorsos de explorador. Os amigos lá de casa não eram burgueses envergonhados nem burgueses politicamente ambiciosos: eram bombeiros, polícias, pedreiros, padeiros, criadas de servir. As conversas não eram sobre liberdades políticas nem opções de classe. Eram sobre o preço das sardinhas e das batatas e a única ambição comum a todos eles era a de viver melhor. Numa casa, mesmo pequena, em vez de um quarto com serventia de cozinha. De comprar uns sapatos novos quando os velhos já não aguentassem mais as meias solas. De vestir os filhos sem ser sempre com a roupa do pai, virada e encurtada. Mas, estranhamente, não me lembro de os ouvir culpar o governo pelas suas carências. Antes pelo contrário, quando comparavam com os anos passados, eles viviam melhor. Sobretudo, eles viviam tranquilos. Comentava-se às vezes a desordem "do tempo da Republica" e agora era melhor: podia-se andar na rua sem medo dos tiros, havia trabalho, havia segurança. A minha mãe rezava todos os dias e todos os dias agradecia a Salazar poder criar o seu filho fora da guerra e da política - para ela a política era a desordem. E todos estavam de acordo em que o Salazar nos tinha safado da guerra - ao contrário do Afonso Costa que eu, na altura, nem sabia quem era ou tinha sido. A escola era a escola pública, no meu caso a 72 da Calçada da Estrela. E a escola era o Professor Romão. Nesses anos de 1944 a 1948 o Professor Romão teria 50 e poucos anos. Ou seja, teria nascido na década de '90 do século XIX e teria estado em idade de ser chamado a servir o Exército em 1916 - quando se formou o C.E.P. e o enterraram nas trincheiras da Flandres. E seria homem na casa dos 30 quando Gomes da Costa desceu de Braga. O Professor Romão era um homem de aspecto severo, exigente e de poucas palavras. Não soube nunca a sua cor política, se é que a tinha. Mas todo o seu ensino cumpria com zelo - seria até entusiasmo? - o programa nacionalista do ensino primário do Estado Novo. A escola 72 ficava numa área que hoje seria chamada de pluralidade inter social, com alunos que vinham da aristocracia da vizinha Lapa até aos proletários das transversais à Calçada da Estrela, entre os quais eu. Todos recebemos a mesma atenção e, quando considerado necessário, as mesmas reguadas. Todos fizemos o temido exame da 4ª classe. Todos éramos alunos do mesmo ensino primário oficial - o Estado Novo não fechava a ninguém a porta da escola primária. E quando eu me preparava para seguir para a Escola Comercial o Professor Romão chamou a minha mãe e teve com ela uma séria conversa que desembocou num exame de admissão ao Liceu Normal de Pedro Nunes. Porque o Professor Romão tinha a certeza que o mérito era recompensado no ensino oficial e que eu nunca pagaria propinas porque teria sempre direito à sua isenção, com base na legislação do Estado Novo que assegurava ensino secundário grátis a alunos de Quadro de Honra provenientes de famílias economicamente desfavorecidas. Não desiludi o Professor Romão. O liceu fez de mim a pessoa que fui para o resto da vida. Por influência dos professores, do reitor, da disciplina e hábitos de estudo a que me obrigou. E por influência dos colegas que ali encontrei e cuja amizade, nalguns casos, dura até hoje. Não direi os seus nomes porque alguns são ainda hoje gente conhecida, mas conhecida pelas suas capacidades profissionais e académicas. Os que se tentaram pela política depois de 1974 já se afastaram - o mundo de arrivistas e oportunistas que os partidos criaram não é para eles. Faço excepção da excepção: um Jorge Sampaio todo fardado com a blusa verde da MP e que depois sentiu a necessidade de se justificar - não sei se perante ele se perante outros. Mas esse ensino virado para o reconhecimento do mérito e do esforço era o ensino salazarista - que produziu do melhor que houve na elite portuguesa do século XX e a partir de todas as classes sociais e não, como hoje se mente descaradamente, só com os filhos dos ricos. Salazar criou o Estado Novo. E com ele um país também novo onde a ascensão social era não só possível mas acarinhada pelo Estado. Estatísticas e números que hoje se começa a ter a coragem de citar provam que o período do Salazarismo foi um dos períodos de toda a vida histórica do País em que Portugal mais cresceu. Falta começar a dizer que, ao contrário da propaganda esquerdista, foi também durante o Salazarismo que Portugal teve um dos seus melhores períodos para ascensão social das classes trabalhadoras. Pela via do estudo e da recompensa ao mérito.»
José Sequeira: «Corria o ano de 1950, mais precisamente a 9 de Fevereiro, em pleno Inverno. O Doutor Salazar, após uma qualquer ausência, regressava, já a altas horas, ao Palácio de S. Bento. No exterior da residência oficial do Presidente do Conselho, olhos bem abertos, um guarda da P.S.P., provavelmente batendo os pés para afastar o frio que se infiltrava pelas aberturas do grosso capote, aguardava com ansiedade a chegada do importante inquilino daquela casa. Só após isso poderia descansar um pouco. É que os tempos eram de grande tensão e o receio de atentados contra o Doutor Salazar estavam sempre presentes nos briefings diários com que eram contemplados os elementos que habitualmente compunham a guarda do Palácio. Com efeito desde que, menos de um ano antes, diversos elementos da direcção do P.C.P., entre eles Álvaro Cunhal, tinham sido presos, a segurança pessoal do efectivamente máximo dirigente da Nação, não era descurada em nenhum pormenor. Acrescia ainda o facto de um desses dirigentes – Militão Ribeiro – ter morrido, no mês anterior, na Penitenciária de Lisboa. De repente, quase sem aviso, a viatura oficial deu a volta, vinda da Calçada da Estrela e, detendo-se apenas um pouco, enquanto o portão, já previamente entreaberto, completava o quarto de círculo, quase sem dar tempo ao nosso Guarda para uma rápida continência, desapareceu, no interior do Palácio, acompanhada com os olhos pelos restantes polícias, presentes em diversos locais do frondoso jardim. Poucos segundos depois, vindo da mesma direcção, aparece um táxi, completamente cheio, que tenta entrar pelo portão, ainda aberto. Segundo reza o auto de corpo de delito, posteriormente instaurado, o guarda mandou parar o táxi e, perante a recusa deste, alvejou-o com várias rajadas de pistola-metralhadora, ao nível dos pneus, atingindo também o próprio motor e faróis, provocando a sua imobilização, não tendo no entanto atingido nenhum dos ocupantes. Ora o Chefe do Governo vinha precisamente nesse simples táxi, numa manobra de diversão montada pela sua segurança pessoal, para assim o salvaguardar de um qualquer atentado contra a viatura oficial. A ignorância do Guarda, provavelmente associada às comunicações deficientes, a um qualquer excesso de segredo, ou a uma troca de viaturas decidida em cima da hora, poderia, ter custado a vida ao grande estadista que ainda governou o país mais dezoito anos. Apenas para terminar, o Guarda foi ilibado, por intervenção do próprio Doutor Salazar, embora o processo, que só acabou por ser completamente arquivado em 1979, dez anos após a sua morte, ocorrida um ano antes do outro involuntário protagonista, lhe tenha provocado muita angústia e enormes problemas do foro psicológico, uma vez que se tratava de um indefectível salazarista. Se o desfecho do infeliz incidente tivesse sido outro, provavelmente nem eu poderia estar aqui a descrevê-lo, uma vez que este guarda foi o meu saudoso Pai, de seu nome Custódio Sequeira e que, após ter entrado em Lisboa, em 1926, como soldado do Regimento de Infantaria de Vila Real, integrado nas forças militares que derrubaram a 1ª República, serviu na P.S.P. entre 1928 e 1957.»
M. Abrantes: «Não foi, com toda a certeza, à custa dos saneamentos de professores universitários nas décadas de 30 e 40 que Portugal se tornou menos analfabeto. Portugal tinha, em 1974, uma das mais elevadas taxas de analfabetismo da Europa (cerca de 30%). Não deve também ter sido à custa do saneamento de alguns médicos de renome, na década de 40, que Portugal viu melhorada a saúde pública. Em 1970 morriam em Portugal à nascença cerca de 53 crianças em cada mil, ao passo que na europa dos 27 esse número era inferior a 30 por mil - http://www.ffms.pt/pt/
Fátima Duarte: «Como bloger jovem (apesar de já ser avó)ao ler este t/blog s/Salazar, em 1ºlugar,congratulo-me verdadeiramente s/a censura q anuncias previamente p/ñ haver disparates a conspurcarem o "portugaldospequeninos": bem visto!Em 2ºlugar,só quero recordar a diferença abissal entre 2governantes(ñ pbstante ambos provincianos)separados p/40 anos de História:
-O Presidente do Conselho era inteligente,competente,SÉRIO no s/trabalho e nunca se lhe conheceram actos de ganância ou assaltos ao Tesouro Público muito menos d corrupção;
-o actual 1ºMinistro é um "xico-esperto",incompetente,um "aldrabão da pior espécie"(sic:Pires de Lima) e vendilhão de politiquices q só destroem as Finanças da NAÇÃO! Esta é "history in the making" e não precisamos de esperar 40 anos p/julgar este imbecil que nos desgoverna!Está à vista de tds que não presta... e até o PS já anda embaraçado com a esta palhaçada!»
8 comentários:
Que grande texto, o do Manuel Pessanha. Deixe que lhe diga: já não se forma licenciados assim no IST. Isto digo eu, que acabei lá o curso agora mesmo.
Os meus parabéns pelo seu comentário.
Parabéns pela iniciativa. E pela selecção. Muita força para o 'blogue', sempre.
Gustavo A.B.
Creio que JG não se importará que eu enderece os meus cumprimentos directamente a Manuel Pessanha: Obrigado por este extraordinário texto. Cumprimentos.
Isto sem qualquer desprimor para os outros comentários - devo salientar.
Parabéns ao Dr. Gonçalves por esta iniciativa. Destaco o texto sincero, lúcido e bem-escrito de Manuel Pessanha, e também a contribuição cuidada e interessante de José Sequeira. O curto texto de Jaime Nogueira Pinto é certeiro e impiedoso - como se devia escrever sempre; já os seus recentes textos, Dr. JG, iam no mesmo sentido. Do excelente trabalho de Rui Ramos nada tenho a referir senão a classificação de "excelente", agora repetida como meu único recurso de leigo que admira.
Tendo 45 anos, o meu comentário ou adesão a esta iniciativa seria, forçosamente, incompleta e muito baseada em leitura e experiência alheia. Li os livros do Embaixador Franco Nogueira, os livros de F. Rosas, de Adriano Moreira e textos dispersas de Marcello Caetano (que também foi professor de minha mãe na FD), que pude encontrar. Acresce que pude, felizmente, ouvir directamente de Franco Nogueira e de Adriano Moreira -nunca ao mesmo tempo! - ainda mais algumas considerações e pequenas histórias pessoais. Meus pais, ambos com 80 anos, foram também uma fonte importante de informação sobre Salazar e o fim do Regime em 74. Destes trolhas-do-constitucionalismo que nos toureiam diariamente tenho para mim uma ideia clara. A minha ideia formei acerca de Salazar e do evoluír das circunstâncias - mas não considerei importante ou desejável despejar aqui algo muito subjectivo e em segunda mão acerca dum tempo que não vivi lucidamente; e que outros poderiam fazer muito melhor e com mais propriedade.
Ass.: Besta Imunda
Li tudo. Reflecti sobre tudo e fiquei bastante impressionado com os testemunhos do sr. Manuel Pessanha e José Sequeira. A salazarologia progride assim como uma visão mais holistica de esse homem que morreu no ano em que eu nasci.
40 anos sem Salazar= falências e bancarrota do Estado, apesar de haver ainda, segundo os banqueiros sucialistas, muita «folga para mais endividamento»...
Parabéns, João, por este documento, incluindo os comentários seleccionados, em especial o de Manuel Pessanha. Um verdadeiro documento, bem escrito. Meia dúzia de linhas que põem em relevo aquilo que perdemos nestes 40 anos...
PC
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