13.9.10

REALITY SHOW


Palavras sensatas e realistas - se não fossem realistas não podiam ser sensatas - do director-geral do FMI (aquela coisa que já devia andar por aí) e presumível candidato presidencial em França, Dominique Strauss-Kahn. Em primeiro lugar, é uma ilusão pensar-se que a crise acabou. Depois, o custo económico e social dela será tremendo, «porque estamos a falar de uma geração perdida» e de um cortejo de milhões de desempregados. Finalmente, «esta prova de fogo não se resolve com as velhas receitas» mesmo que propostas por "novos" políticos amanhados antes da crise emergir. As elites mundiais - e as europeias, particularmente - são demasiado fraquinhas para aguentar isto. Por cá (um péssimo exemplo até para o Burundi) temos a perspectiva de um bloco central orçamental para a casa não ir imediatamente abaixo. Apesar das harpias, convém mencionar que a coisa é mais imposta pela natureza dela do que pela vontade dos homens. Sempre presos por um fio, há quem nos vigie por nos sustentar e por sustentar um equívoco a viver permanentemente acima das suas possibilidades. Não é a 1ª página do FT, evidentemente. Para nós o problema da geração perdida coloca-se no plural. Por isso as escolhas públicas são ditadas mais em razão do famigerado mal menor do que por qualquer inexistente entusiasmo. Não que o "povo" seja realista. Mas a carteira - tal como a não assim tão remota Alemanha - obriga-o a ser. Não sou eu, pessimista e reaccionário militante, que o digo. É Strauss-Kahn, das esquerdas (há poucas assim e não estou a pensar no irrelevante candidato presidencial português do BE) que há muito só fecham o punho para dar um certeiro murro na mesa.

10 comentários:

Anónimo disse...

Respeito!

floribundus disse...

«burro velho não aprende línguas»

não por ser velho,
mas por ser burro

António P. Castro disse...

Sócrates diz que quer mais 40% de licenciados em 2020.
Se se tratar de “licenciaturas” como a dele – por fax, num domingo…-, até poderão ser mais 200 ou 300%, digo eu.

Garganta Funda... disse...

Vamos assistir a um inusitado nacional-unionismo-miserabilismo com vista a segurar as baias e malgas publicas.

Para esta gente, «estado social» significa sacar o mais depressa possivel, nem que seja por conta do endividamento das proximas geraçoes.

Obs: Estou sem «acentos».

Karocha disse...

Anónimo
Tem toda a razão, "RESPEITO" por este Dominique Strauss-Kahn e outros veneráveis Portugueses, que andam a avisar!
O FMI já cá devia estar,como bem afirma no post o JG.
Quando a Alemanha se passar,vai começar a choradeira...
PS- A blogosfera anda estranha!
PS2- Passou em rodapé, num dos intermináveis noticiários,que a Auto-Europa está parada por falta de peças, alguém falou nisso?!

Anónimo disse...

Digo-o com sinceridade: se há alguém que analisa correctamente a situação deste sítio, é o Dr.Medina Carreira. E pensar que praticamente toda a gente, mesmo a mais estimável, tem vindo, no decurso do tempo, a denegri-lo!

Cáustico disse...

Afirma para aí muito imbecil que o Dr. Medina Carreira critica mas não dá soluções.
Tais afirmações não precisam de ser assinadas porque se sabe bem donde vêm.
Queriam que ele desse soluções para as aproveitarem e vangloriarem-se depois que a ideia tinha sido deles.
Não é o que já tem acontecido com ideias vindas da oposição?

Anónimo disse...

Constou-me, a propósito do Prof. Medina Carreira, que corre uma petição pública para que se candidate a Presidente da República.
Pois quanto a mim, era óptimo - ouro sobre azul - que Medina Carreira e Ernâni Lopes fossem, um, Presidente, o outro PM.
Custasse-nos ou que custasse, tínhamos pelo menos a certeza absoluta que caminhávamos para melhor, o que já era um enorme bálsamo !
Com esta arraia miúda de putaretes partidários não há paz que nos valha nem algibeira tranquila.

Anónimo disse...

Coisas vindas "de fora". Geralmente importamos muitas - mas quase todas de baixa qualidade: parvoíces várias, que duram decénios na educação, na "cultura", no "desporto", na economia, na moda, na política em geral, etc, etc. O que não costumamos importar é inteligência, seriedade e bom-senso. E bem podem estas sinceras (e encostadas à parede pela realidade) pessoas "lá fora" reconhecer factos e apontar caminhos; cá dentro a fantasia mais irresponsável continuará até não ser mais possível; e assumir sacrifícios (com um objectivo), t'á quieto. "O mundo mudou" (lembram-se?) e não foi em três semanas; mas o progressivo BE e o vigoroso PC persistem e persistirão na solução infantil dos "investimenttos públicos" pirotécnicos e mágicos, sem freio: para eles os juros e as responsabilidades dos empréstimos não existem. E ainda vão querer manter todas as Conquistas d'Abril intactas, e dilatadas até!!
Um criminoso mitómano como PM, uma oposição de débeis incapazes, um PR inseguro e calculista (e não corajoso ou cumpridor...); e um povo sem quaisquer objectivos que vão mais longe do que uma jornada de futebol. Aí está o futuro.

Ass.: Besta Imunda

Anónimo disse...

Caro autor do blogue:

Foi preciso falar o Director Geral do FMI para passar a ser notícia. Carvalho de Silva (Secretário Geral da CGTP) já o disse há 2 anos atrás e não foi alvo de interesse por parte da imprensa e muito menos por parte do autor do blogue.
Possivelmente, Dominique Strauss-Kahn, leu (ás escondidas, claro está...) os livros de autoria de Carvalho da Silva, que falam precisamente desta problemática do desemprego.
Para quem não leu, aconselho vivamente - (Agir Contra a Corrente) (Trabalho e Sindicalismo em tempo de Globalização).