Prossegue o "bate-boca" entre Passos e Sócrates para melhor evidenciar lá fora a nossa irremediável mediocridade. O segundo falou em necedade e o primeiro acha que está tudo às avessas. Pois está. Terem ambos chegado onde chegaram é a prova viva de tamanha inversão. Nos "27 mil dias da rádio", da antena 1, uma coisa que comemora os 75 anos da rádio pública, José Nuno Martins recordou hoje, de viva voz, José Medeiros Ferreira. A 20 de Setembro de 1976, enquanto MNE, Medeiros Ferreira assinava um acto adicional ao acordo de 72 com a então Comunidade Económica Europeia para preparar a adesão. Ouvir M. Ferreira em 1976 e ouvir esta gente de agora é como passar da contemplação da montra de uma loja Prada na Avenida da Liberdade para um bazar chinês no Intendente. Quem fala por um país também define esse país. Depois admiram-se de, na Suécia, ex-bastião da social-democracia, o "povo" ter enfiado 20 deputados ditos da extrema-direita no respectivo parlamento.
4 comentários:
Talvez porque os deputados ditos de extrema-direita costumam chamar os bois pelos nomes completos, e não por alcunhas fofinhas e diminuitivos docinhos, mais agradáveis para ouvidos e encéfalos sensíveis. Também saber distinguir entre uma montra Prada e o Bazar-dos-mil-percevejos-dourados não é para todos. Era preciso saber ler, ouvir e Pensar. Ora muita gente neste país usa o encéfalo para funções básicas, como ter fome, abrir uma "mine", e ir ao xópingue.
Ass.: Besta Imunda
A extrema direita tem um andar tão manhoso que só consegue avançar se for bem amparadinha. Em Portugal não falta quem tudo faça para lhe oferecer as muletas.
Devemos pois viver em países completamente diferentes. Até porque em Portugal não existe extrema-direita (ou são tão poucos e tão pobres que beneficiam do RSI e mal chegam para uma equipa de futebol de 5). E também não existe Direita: esta, cá, é confundida com tias semi-analfabetas e pequenos senhores que discutem eternamente negócios na esplanada da Suprema, sem nunca concretizar nenhum - enquanto usam lenços em lugar de gravata, fumam cigarrilhas perfumadas e folheiam um número de Março da "Revista de Vinhos". Um andar manhoso e muitas muletas são sim a característica dominante do vasto exército de dependentes da esmola do Estado, que foram e são encorajados a não fazer nada e a exigir tudo (enquanto que os verdadeiros desempregados, modestos, com filhos, e pessoas do povo, passam por penas infindas perdidos no sistema). Tudo está, de facto, às avessas. Em competente rodapé informativo, a RTP-dos-370-milhões-de-euros-por-ano, refere que "O dia nacional da defesa tem mulheres pela 1ª vez". E a coisa é simples; "eles" não sabem o que é a Defesa Nacional; e não dizem que antes, as mulheres militares, se podiam recuzar a comparecer às cerimónias (porquê?!?). Assim o "Dia da Defesa Nacional" ficou transformado no "Dia nacional da defesa", como o "dia nacional do pirilampo mágico", ou o "dia nacional dos carecas envergonhados", ou o "dia nacional das mulheres que têm uma prótese na anca". Levado nestes ventos progressivos, o resto do mundo ensaia também outras inteligentes iniciativas, como a ONU-Mulher presidida pela Ex-PR do Chile. Já havia cá a SIC-mulher, que é à vez a SIC-sopeira, a SIC-avó, a SIC-executiva e por fim a SIC-gaja, ao longo do dia (assim como a RTP é a RTP-débil-mental e a RTP-grunho-da-bola). Orlando muda de sexo; Maria casa com Fernanda; Criminoso chama-se Jovem; Cigano chama-se Feirante. A igualdade de oportunidades já não existe e foi substituída pela igualdade de resultados (dê lá por onde der...); sócrates é criminoso, o PS é uma casa de chulos - e Passos quer ser pior com um PSD de oligofrénicos. Tudo às avessas.
Ass.: Besta Imunda
Cavalidade minha e erro meu; parece que afinal existe oficialmente uma coisa chamada "Dia nacional da defesa". E que "as mulheres" que até aqui não eram obrigadas a comparecer, e agora passam a ser, são jovens estudantes em idade de poder ir para a tropa (mancebas). E não deve existir sequer um "Dia da Defesa Nacional", mas sim das Forças Armadas (ainda existe?). Seja como for, trata-se de um incontestável avanço civilizacional.
Ass.: Besta Imunda
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