11.2.08

PALHAÇADA

Desde há 10 anos, com a Expo, que Portugal vive de "eventos". Quando acabava um, começava a preparar-se a próxima tenda de circo. O último, o Euro de 2004, obrigou à construção de não sei quantos estádios de futebol, um bem de primeira necessidade. O sr. Madaíl, presidente eterno da federação da bola, queria agora outro, para 2018, e os seus comparsas, como o insuportável Scolari, lamberam logo as beiças. Felizmente o Presidente da República veio cortar cerce este novo "desígnio" artificial. Já chega de palhaçada.

12 comentários:

Anónimo disse...

... é o que eu dizia : temos finalmente um bom Presidente, mas a res-pública tende sempre para o caos. É uma coisa genética !

Nuno Castelo-Branco disse...

Ainda vai a meio do primeiro mandato. Só acredito em milagres quando os vejo. Esperem pela "pancada"...

Pedro Barbosa Pinto disse...

O Presidente?
Será que está convencido que os espanhóis iriam curvar-se perante a FPF dizendo:" Muchas gracias Dom Madáil, no sé que sería de España si no es por l'ayuda de nuestros hermanos portugueses"

Anónimo disse...

Espere pela próxima... ou supõe que a mania dos eventos morreu e foi enterrada?

T disse...

Sria possível exportar o senhor Mandaíl? Apesar de ser o verdadeiro exemplar ainda remanescente do restaurador Olex.

Anónimo disse...

Madaíl= sinónimo de gestôr português.
Incapaz de articular um plano/projecto incluindo resultados (custos/lucros), avança com entre-olhos.
O artista não será capaz de fazer umas contas, antes de apresentar o projecto, de modo a poder concluir-se pelo seu eventual interesse?
Por exemplo, para ajudar a reduzir os encargos financeiros das câmaras 'beneficiadas' com os circos de 2004?

Anónimo disse...

Convém sempre aparecer alguém para discordar, e hoje coube-me a mim.

Eu próprio não acredito que estou a dizer isto mas o Madaíl tem razão.

Há poucos anos foi feito um tremendo e em grande parte desnecessário investimento em novos estádios (muito em particular, o Estádio Faro-Loulé, agora convenientemente chamado Estádio do Algarve). Organizarmos um novo torneio nada mais seria do que rentabilizar esses estádios, que de, todas as formas, dão sempre despesas de manutenção.

Organizar um Mundial agora não custaria muito dinheiro, e os dividendos seriam grandes e bem vindos.

O que eu discordo de Gilberto Madaíl é de ser uma organização conjunta com Espanha, coisa de que não precisamos e que serviria apenas para dividirmos os visitantes com os espanhóis e satisfazer os ímpetos dos sectores iberistas de ambos os lados da fronteira.

Os estádios já existem; usem-nos! Campeonatos de futebol, de rugby, de hipismo, de karts, de ping-pong, de xadrez, de luta de gajas na lama, o que for. Mas que a porcaria dos estádios sirvam para outra coisa que não apenas dar despesa!

Cavaco, como sempre, a dizer disparates para se armar em moralista. É um caso perdido.

Nuno Góis disse...

Caro João Quaresma, os gastos de um campeonato do mundo de futebol não se resumem aos estádios. Nem imagina o que me custa concordar com Cavaco, mas não nos atirem mais areia para os olhos quando precisamos tanto deles para resolver tantos problemas tão mais prementes a todos nós que o futebol.

Anónimo disse...

Caro Nuno Góis: o Euro 2004, apesar dos gastos desnecessários, pagou-se a si mesmo e deu lucro, pela receita adicional que representou, não só para a economia em geral (que o digam as cervejeiras) mas com reflexos nas receitas dos impostos.

Nuno Góis disse...

Acredito meu caro João Quaresma que até se tenha pago a si próprio em 2004.
Mas não lhe custa ver os juros que ainda andamos a pagar por isso? Não que eu tenha sido contra o Euro ou o seja contra a organização de grandes eventos, mas há um peso e uma medida para tudo.
Para quê tantos estádios que agora ou estão ao abandono ou passeiam-se na segunda divisão? Acha que é o mundial que vai resolver este problema? Olhemos apenas o exemplo deste Euro que se vai realizar este ano: Países muito mais ricos, logo com muito menos problemas, muito menos gastos.
Essa é que é essa...

Joao Quaresma disse...

Caro Nuno Góis, mas a questão é mesmo essa. Não organizar um novo campeonato não vai resolver o problema já existente de os estádios terem sido contruídos e de estarem a dar despesas escusadas. Um erro não corrige outro. Não se deviam ter construído tantos estádios, mas o facto é que foram contruídos e estão a dar despesa. Ao menos que se aproveitem para alguma coisa, caso contrário então o melhor é demolí-los, já que não é possível devolvê-los. No último Rali de Portugal houve uma prova de velocidade no Estádio do Algarve, que só para isso e para concertos é que tem servido desde 2004. Duas das bancadas estão até para ser demolidas.

Um Mundial em 2018 seria uma repetição do Euro 2004, mas incomparávelmente mais barato de organizar, e que traria dividendos económicos ao País, coisa a que não podemos dizer não, com a economia como está.

Anónimo disse...

"Pagou-se a si próprio"...

Essa também é boa! Mesmo com relatórios tenho as minhas dúvidas.

No meu país, os alunos, têm de um modo generalizado, grandes dificuldades a matemática, que depois se manifestam em relatórios e análise de relatórios que deixam muito a desejar:
- déficit aprovado por muitos no tempo de Barroso (incluindo Bportugal)
- Déficit afinal não é 2,... mas sim 6,18%
- contas Expo 98
- As contas do bcp passaram despercebidas a muita gente
- "arredondamentos" dos bancos
sei lá!

Pode ser que o plano nacional de matemática venha a produzir efeitos... Agora lucros... só se for na cobrança de impostos.