O desmembramento da Jugoslávia - um artifício decorrente do fim do império austro-húngaro que os vencedores de 45 aceitaram apesar da desconfiança da URSS em relação a Tito - permitiu a emergência de uns quantos "estadinhos" independentes. O minúsculo Kosovo proclama agora a sua sob a suspeita e o ódio "nacionalista" da Sérvia. Talvez Bruxelas e a UE, em geral, vejam nisto mais um "progresso" da "democracia". Não é. Aquele pedaço da Europa foi sempre um problema para a Europa. As piores convulsões do século passado, até bem dentro dos anos 90, ou começaram por lá, ou passaram por lá. Esta "independência", acarinhada pela correcção ocidental, pode custar-lhe cara. Talvez esteja, pois, na hora de reler o livrinho da foto. Devia aprender-se qualquer coisa com a história, quer para evitar tragédias, quer para evitar comédias. Todavia, com dirigentes europeus do calibre dos actuais, e apesar do inegável talento de muitos para a encenação, é de esperar o pior. Aquele pedaço da Europa nunca brincou em serviço.
8 comentários:
A Yugoeslávia foi uma criação artificial do presidente Wilson em 1919, que se comoveu pela figura do Rei Pedro (Um Buíça monárquico) em fuga do exército Austro-Hungaro.
Poderá ser uma interpretação abusiva, mas os EUA têm uma imperiosa necessidade de fidelização de aliados no chamado mundo muçulmano. O Kosovo, tal como a Albânia, além de criarem uma indispensável boa vontade por parte do incerto regime turco, criam outro tipo de problemas a uma UE ainda muito instável. A intervenção dos EUA através da NATO, além de ser susceptível de reforçar a sua já clara liderança, deixa também aos europeus, mais um problema a resolver. Os americanos nada têm a perder. O fim do Império Austro-Húngaro, esfacelado sob os seus auspícios e da revanchista França de Clemenceau, criou o caos na Europa central e balcãnica. O antigo Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos, crismado de Jugoslávia consistiu num paliativo necessário e dependente de um pulso de ferro que garantisse a precária e artificial unidade. Varado por balas assassinas o rei Alexandre (1932) e morrido de velhice o duce Tito, a implosão era uma questão de tempo. A Jugoslávia foi um mero interregno num conflito sem fim.
O problema do Kosovo foi criado especialmente pelos EUA. Foi essa megera da Madeleine Albright (a grande Maddie!) que, apoiada pelo Reino Unido, forçou o bombardeamento da Sérvia, decidido em Rambouillet, apesar da reticência da França. Chamou-se a isso "guerra humanitária". Sabe-se hoje, pela exumação dos corpos, que o número das vítimas dos sérvios foi imensamente inferior ao proclamado pelo então secretário da Defesa dos EUA. Uma mentira como a posterior invenção das armas nucleares no Iraque. E pouco se fala das vítimas sérvias em toda a guerra que levou ao desmembramento da Jugoslávia. A culpa deste deve-se principalmente ao Vaticano e à Alemanha que se apressaram a reconhecer a Croácia e a Eslovénia sem cuidar das consequências.
Os EUA queriam uma base militar nos Balcãs e já a têm; é interessante que os dirigentes kosovares falam à televisão tendo ao lado a bandeira kosovar e a dos EUA!?
Claro que os EUA reconhecerão imediatamente o novo "estado". E a União Europeia? Vamos esperar para ver os votos...
Deve notar-se que o reconhecimento desta independência é um precedente gravíssimo em termos de direito internacional, mas os americanos só cuidam do direito internacional quando lhes interessa, pois o que existe para eles não é a força do direito mas o direito da força.
Aguardemos os próximos episódios deste folhetim trágico na "poudrière" dos Balcãs.
A Yuguslávia está morta. Viva a Yuguslávia!
Não fosse a angústia que me causa o previsível sofrimento que esta alucinação causará a milhares de pessoas da Sérvia e especialmente do Kosovo, e até ficaria feliz com o apoio europeu a este perigoso disparate.
Seria muito feliz o dia em que visse a Bretanha, a Córsega, a Escócia, a Catalunha e o País Basco independentes... Seria muito feliz...
Brinquem às independências que quanto mais, melhor...
Sem pretender fazer jogo de palavras,julgo esrarmos perante um verdadeira "roleta russa"...
Mas alguém acredita que os dirigentes europeus actuais lêm alguma coisa ou sabem sequer algo da história dos Balcãs?
A América criou o monstro e agora a Europa que o alimente e o defenda da gula do urso russo!
Era engraçado se os europeus começassem a falar na independência da Califórnia, por exemplo, ou na hispânica Florida, ou nas reservas índias, para verem o que é bom para a tosse!
Xico
Lakota Sioux Indian representatives declared sovereign nation status today in Washington D.C. following Monday's withdrawal from all previously signed treaties with the United States Government.
http://www.presstv.ir/detail.aspx?id=35884§ionid=3510304
http://www.youtube.com/watch?v=Hm0JIgVHypQ
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