15.2.08

DA ABSTINÊNCIA


Pela hora de almoço, na igreja onde costumo assistir à missa, sentou-se por perto o senhor engenheiro Jardim Gonçalves. Antes de entrar, tinha reparado que o referido engenheiro dava capa a dois ou três jornais e não exactamente pelas melhores razões. Em tempo de Quaresma, somos - nós, cristãos, mesmo os imperfeitos como eu - interpelados por Jesus, pelo mistério da Sua morte e ressurreição. A abstinência requerida pelo tempo de Quaresma significa, mais do que uma omissão, um movimento no sentido de estar do lado certo das coisas, do lado certo do homem, partindo do princípio que existe um. Ajoelhado diante do Senhor, como Térèse de Lisieux com os braços caídos e as mãos viradas para Ele, despojada de tudo, Jardim Gonçalves certamente terá reflectido sobre a abstinência. Para quem acredita, nunca chega tarde o arrependimento. Ao contrário de Teresa, Jardim jamais chegará a santo. Pode entretanto acontecer que as palavras do Senhor ecoem no seu coração perturbado por tantas solicitações terrenas: "nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus." Ainda irá a tempo de O escutar?

12 comentários:

Anónimo disse...

como pode alguém tão azedo ter destes arroubos?

de qualquer modo, essa igreja anda bastante mal frequentada... deve ser da quaresma eheheh

Anónimo disse...

Agora é que eu sei onde vai à hora do almoço e anda toda a gente à sua procura e a perguntarem-me onde está.
Já sei informar.Obrigada.

Anónimo disse...

Cada um terá as sua cruzes
e a cada um as suas imperfeições...

Anónimo disse...

É também por me sentir mal com a hipocrisia mais farisaica que me tenho sentado tão pouco nos bancos das igrejas. Não me refiro a si, obviamente.

Anónimo disse...

Nós podemos criticar os actos, mas não podemos julgar a consciência com que cada um os pratica.

Custa-me acreditar que estas "trapalhadas" sejam tão gratuitas como parecem, e não tenham tido um motivo superior, (que desconhecemos), que as justifique.

No Opus Dei, procedimentos pouco claros como estes, são cruzes muito pesadas de carregar na consciência.

Anónimo disse...

como é que um cristão diz que um certo cristão "jamais chegará a santo"? olhe para si, gonçalves, olhe-se ao espelho, seu ressabiado de merda, se houver um espelho de tão fátuas dimensões...

Anónimo disse...

... E PARA QUE A MEMÓRIA NÃO SEJA CURTA...

Tenho (eu e muitos Pais) uma dívida de gratidão incobrável com o casal Jardim Gonçalves, por terem fundado o Planalto e o Mira-Rio, onde os meus filhos "viveram" e foram felizes, e que deixaram uma marca de qualidade notória na sua formação.

Tenho (eu e muitos Pais) uma dívida incobrável ao Opus Dei, por ter fundado a Escola Profissional Val do Rio, que já "salvou" muitas vidas, onde um dos meus filhos "vive" e que considero exemplar.

É importante que se lhes conheça um "outro lado", porque as pessoas e as instituições não são só o que parecem a determinado momento.

E não, não sou do Opus Dei, nem penso vir a ser.


2Bs

Anónimo disse...

Quem disse que Jardim Gonçalves não chegará a santo?
Escrivá de Balaguer já é, e foi tudo muito rápido!!

Anónimo disse...

João, olhe que se Deus não fosse Misericórdia Absoluta nem V. nem eu alguma vez teríamos o Seu amor. E sim, Ele quer fazer cada um de nós santos pois essa é a medida do amor que tem por nós. Isto é, amor sem medida.
E este projecto é para todos, não há ninguém excluído.
Se até Mateus foi santo, ele que roubava a quem já vivia na miséria e não tinha para alimentar os filhos...
Abraço.

Zé Maria Duque disse...

Caro João, não querendo bater mais na mesma tecla, confesso que não gostei deste seu post.

Percebo a irritação com o engenheiro Jardim Gonçalves e a tentação que é escrever este post, mas como já disseram acima, a Misericórdia de Deus infinita e aquilo que o homem diz no seu segredo do seu coração ao Senhor permanece para nós mistério.

Claro que não bastam palavras, mas só o senhor é Juiz do nosso coração.

Peço que me desculpe a impertinência, mas só fiz o comentário porque gosto muito deste blog e fiquei triste ao ver este post.

Anónimo disse...

Vamos esperar pela justiça terrena...

Anónimo disse...

JG
Espanto e comiseração. Senti-o com o seu post. Desculpe, mas há muito tempo que não sentia esta perturbação com uma devassa tão impertinente.
Virão melhores posts, tenho a certeza.
MJ