Cada vez que Jorge Sampaio abre a boca, fica-se com mais dúvidas acerca da realidade a que ele presidiu durante dez anos e, mais prosaicamente, sobre o que é que ele esteve lá a fazer. Sampaio foi a Serralves dizer, entre outras, esta coisa extraordinária: "vai ser necessário sério empenho em superar os obstáculos jurídicos e políticos que têm impedido, entre outras medidas, a consagração no nosso ordenamento legislativo de meio tão indispensável à corrupção como é a punição do enriquecimento ilícito dos agentes públicos." Sampaio pode ser moralista à vontade. É só mais um dos que "enriquecem" o regime com a sua douta opinião. Sucede que, no caso dele, há uma diferença não menosprezável. O homem foi chefe da banda duas vezes. Viu passarem-lhe pela frente governos do partido dele e de outros. Até derrubou misericordiosamente um. E nunca nos poupou à sua retórica vazia e redonda. Afinal, Sampaio foi o quê? Dez anos de "obstáculo político", para usar a sua própria expressão? Não nos bastavam os "protagonistas" actuais. Ainda vêm estas vozes do passado recente falar-nos da sua impotência e servir, frias, recomendações. Dedique-se à tuberculose, dr. Sampaio. Pode ser que tenha mais sorte do que teve quando não via passar-lhe à frente dos olhos a corrupção ou o "enriquecimento ilícito dos agentes públicos" que não começaram ontem.
16 comentários:
Para mim este senhor será sempre uma personagem sinistra deste Portugal pós 25 de Abril....
Um político vulgar com ares de senador...
O dr Sampaio ex-PR
está a ficar como os generais.
Passivos no activo, activos na reforma.
Triste sina a deste pôvo.
JoséMonti
Para além da tuberculose deveria ser mandatado para dar o passaporte electónico a todos os nacionais das ex-colónias, para além de Macau.Uma verdadeira injustiça e discriminação.Assim ainda ia recuperar o império pois sendo todos portugueses...
Com a maioria da população de Macau portuguesa e para além de casinos o que é que ganhamos?
Sanatana Lopes é que endirataria isto!
( mais um para a censura!)
...como por exemplo ter-se negado a promulgar a Lei do Jogo e a ter, da segunda vez, promulgado. Lá ficou a assinatura de Santana, o "visto" (sem qualquer importância - só tomou conhecimento!) de Telmo e a de SAMPAIO.Também ficou o Casino de Lisboa (e os seus proprietários)com a "casinha".
Talvez este vazio moralizador que tem existido se deva ao facto destes senhores estarem reféns dos patrocinadores que lhes subsidiaram as campanhas, directamente ou através dos partidos.
Nos primeiros cinco anos enrolam o discurso porque querem ser reeleitos. Nos outros cinco apenas aparentam estar mais à vontade, pois estão já a pensar numa carreira internacional.
Será que esta falta de um juíz de valores não se resolveria com um competente presidente vitalício?
Exactamente, anónimo da 1.26! Dá a ideia que este senhor ficou cativo de quem lhe subsidiou a campanha eleitoral, talvez por isso não promulgou a lei do jogo na primeira vez quando o casino era no parque mayer e demoraria um tempão a ser construído, mas promulgou a lei do jogo à segunda vez - sabendo para onde iria e para quem iria o casino de lisboa.
Fica admiravelmente retratado o Dr. Sampaio, neste admirável quadro da pintora da moda...
... Senhores o que agora habita Belém, vai no mesmo diapasão!
E Portugal e como o naufrago que nada, nada e morre sempre na praia com as qualificações cívico-patrioticas dos nossos políticos...
Depuração colectiva já?
Sampaio honra verdadeiramente o regime que temos:
Falam muito mas não fazem nada, a não ser em proveito próprio. Disso não se esquecem eles...
Concordando com o Assis, esta pintura como a de Soares são excelentes memórias do tempo presente e das personagens que passaram por Belém.
Vamos ver quem será o retratista de Cavaco. Por este andar, a continuar a concertação estratégica, ainda vai ser o projectista Sócrates o desenhador...
Sampaio foi, é e será uma nulidade, embora com alguma esperteza, a suficiente para se ter candidatado à presidência da Câmara de Lisboa e à presidência da República,
O quadro de Paula Rego diz tudo, como diziam os de Goya há duzentos anos. No entanto, a cadeira presidencial é propiciadora de algo de transcendente, porque assim que lá se sentam, os seus usuários deixam de ser os políticos detestados de ontem, para se revestir da toga imaculada da santidade. Que bizarro.
O Dr. Jorge Sampaio, (o Cenoura como alguns de nós lhe chamavamos no Liceu Pedro Nunes)é, no meu modestíssimo entender, a melhor clonagem que poderia ter sido feita entre o Senhor de La Palisse e o Conselheiro Acácio.
É inodoro, insípido e incolor mas às vezes morde.
Como mordeu o Sr. Santana Lopes sem lhe ter cortado as vasas na ocasião em que o Sr. Cherne (perdão, o Dr. Durão Barroso) o designou como seu sucessor na chefia do (des)governo deste maravilhoso país à beira-mar platado (como um chorão).
Valha-nos Deus... não há uma vassoura que os varra a todos para o ecoponto mais próximo!
O facto desta nulidade,tal como anteriormente o seu comparsa Guterres (diarreia verbal excelentíssima),ter sido aceite pela ONU,retrata bem o estado a que esta(des)Organização chegou...
E já agora não se esqueçam: Foi no mandato deste "senhor" como presidente da câmara municipal de Lisboa, que criaram a tal lei do tripé...
Se tivesse sido o sr. Lopes, lá ía a casa abaixo...
Assim... deixa andar!
E se aqueles que, por omissao (nao se deram ao trabalho de ir a assembleia de voto), permitiram que o personagem em causa la chegasse, tivessem, em vez de, a posteriori, mandarem atoardas inofensivas e inconsequentes, ido as urnas votar noutro, em branco, ou abster-se activamente (manifestando ao presidente da mesa por escrito as razoes para nao votar) nao teriam prestado um melhor servico ao combate a corrupcao ???
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