3.8.10

LUXUOSA BLASFÉMIA



O que mais me satisfez nos últimos posts foi a reacção ao maestro Carlos Kleiber. Homem de poucas falas, Kleiber era um exímio músico que não se deu excessivamente às gravações. Há, dele, pequenos momentos de ouro. Um Otello no alla Scala, uma Traviata em cd, um Morcego e uma Carmen em dvd, em Viena, um Cavaleiro da Rosa em Munique. Algumas sinfonias e concertos. Não tinha tipicamente bom feitio. Mas num dia tão cheio de lixo doméstico - na tvi24 estava a vaga literata, a poltrona Pedrosa, a remexê-lo (como é que a Helena Matos aceita debater com aquilo?) e na sicn o misterioso clone Silva Pereira a dizer nada - Kleiber parece uma blasfémia. Uma luxuosa blasfémia. Neste clip tinha quarenta anos - morreu poucos dias depois de fazer 74 - e está tudo resumido naquelas mãos geniais. Pessoas como Kleiber provam que o genérico (não o género) humano é facultativo.

9 comentários:

Jose Ramon Santana Vazquez disse...

...traigo
sangre
de
la
tarde
herida
en
la
mano
y
una
vela
de
mi
corazón
para
invitarte
y
darte
este
alma
que
viene
para
compartir
contigo
tu
bello
blog
con
un
ramillete
de
oro
y
claveles
dentro...


desde mis
HORAS ROTAS
Y AULA DE PAZ


TE SIGO TU BLOG




CON saludos de la luna al
reflejarse en el mar de la
poesía...


AFECTUOSAMENTE
JOAO GONCALVES

ESPERO SEAN DE VUESTRO AGRADO EL POST POETIZADO DE CACHORRO, FANTASMA DE LA OPERA, BLADE RUUNER Y CHOCOLATE.

José
Ramón...

Carlos Vidal disse...

Mas o que foi muitíssimo mais interessante foi a quantidade de vezes que o clone Silva "qualquer coisa" disse nada ter a ver com o licenciamento da coisa: o homem repetia "nada", "zero" vezes sem conta. E que era tudo da responsabilidade do outro secretário de estado. Acho interessante. Se é sintomático, não sei, mas é interessante. Foi interessante.
(Atenção ao desenrolar das coisas.)

Anónimo disse...

Caro João,
Já agora chamo a atenção, se me permite, para a extraordinária gravação do concerto de Ano Novo de 1989 (duplo CD da CBS) com Kleiber dirigindo a OFV.
Como escreveu Luis M.Alves no Expresso, Kleiber possuia um sorriso ecuménico o qual, aliado à sua genialidade como chefe de orquestra, nos encanta enquanto apreciadores da Arte Sagrada (como é referida na Ariadne em Naxos de R. Strauss).
Cumprimentos.

floribundus disse...

quando aos 12 anos me interesei pela música clássica dava pouca importância ao director de orquestra. considerava-o quase desnecessário e não me interessava saber quem dirigia as orquestra.
esse sentimento ainda me acompanha mas de modo muito mais atenuado.
achava que o pau devia servir para bater nos músicos. achava exagerado
os trejeitos desnecessários. adoro a sobriedade. detesto macacadas.alem deste argentino poucos me interessaram.
para mim o importante é a música e quem a escreveu.
não identifiquei a composição mas havia uns acordes que me lembraram Strauss e me entristeceram por não poder voltar a Viena, onde recentemente morreu um amigo.

Anónimo disse...

É de facto surpreendente e bem-vindo este súbito interesse pelo Carlos,a quem não terá sido fácil a sucessão do pai,Erich Kleiber,responsável por um dos melhores "Cavaleiros da Rosa" da minha modesta colecção. Mas recomendo-lhe que inclua entre as mais notáveis gravações o "Freischutz" de 73,que pessoalmente me revelou a qualidade do nosso homem. A cena da "toca do lobo",a invocação do Samiel,é dada de modo inesquecível e quase arrepiante,dificimente repetivel. Com o Otello do Scala,houve um qualquer burburinho no público,cuja origem ainda hoje desconheço.Alguem esclarece?

Aires Vilela disse...

Poltrona e trapalhona: não consegue articular uma frase com nexo. E diz-se escritora...
É confrangedor o espectáculo de gentinha como a D. Pedrosa, uma absoluta nulidade mental, a agarrar-se aos seus tachinhos. Que miséria!

Anónimo disse...

Uma maravilha: música, maestro, executantes. Uma super orquestra. Melhor é quase impossível. Esta peça de Strauss, como aliás as restantes do mesmo autor, transmite uma sensação de felicidade difícil de traduzir em palavras. Parabéns e por mim obrigada pelo vídeo.
Maria

Anónimo disse...

O resto é facultativo.

Merkwürdigliebe

Bartolomeu disse...

Kleiber, o Carlos, nunca poderia ter sido feliz partindo dos complexos inferiores que o próprio pai Kleiber, o Erich, também um distinto e supremo maestro, lhe incutira.

Em cada sinfonia, em cada ópera, em cada concerto de Ano Novo foi sempre a demonstrar, qual criança ávida pelo conforto do reconhecimento paterno, que era bom no que fazia - e o quanto acho que nenhum deles nunca o soube.

Bem haja