29.12.04

LER OS OUTROS

Com dupla vénia, à Grande Loja e ao José António Barreiros, reproduzo este post que eu próprio não me importaria de ter escrito. Completa, em melhor, este.

Uma raiva incontida

Deixem-me exprimir a minha indignação. Ante a tragédia, o horror, o sofrimento, as vidas perdidas aos milhares, a destruição de cidades inteiras, «portugas» chegavam a Bangkok, em bando, para férias de que não desistiam, alguns sorridentes na TV com comentários do género, «uma vez que já aconteceu, já não voltará a suceder agora», «já falei para o hotel está tudo bem e sempre podemos ir à praia». Que bom não é?É a maltosa do «eu quero saber é do meu», a multidão da ganância, do egoísmo, da falta completa de humanidade, os que estão na vida para «curtir», nem que seja atropelando os outros.São estes os que geram o país que temos e o mundo em que vivemos.No rodapé da televisão, enquanto as imagens confrangedoras de devastação passavam, seguia uma «fita» noticiosa: «Madeira e Brasil são agora alternativas turísticas ao Oriente».Uma raiva incontida atravessou-me a alma! Filhos da puta! Com todas as palavras: filhos-da-puta! É o mínimo que se pode dizer. Desculpem, eu detesto palavrões, mas não encontro palavras que melhor me sirvam. Filhos da puta!

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