11.12.04

"O PEDRO" E OS SEUS AMIGOS

O dr. Dias Loureiro é alguém que adquiriu, sabe-se lá bem porquê, um estatuto "senatorial" dentro do PSD. Apresenta-se, desde que Marcelo saiu, como o "tutor" político dos líderes e é chamado a pôr "água na fervura" sempre que a incontinência alarve substitui a frieza das circunstâncias. Na audiência com o PR foi ele, e não o 1º vice-presidente de Lopes, Rui Rio, quem falou, et pour cause. Paredes meias com isto, Dias Loureiro deu uma entrevista à TSF onde falou de "intimidades" partidárias. Explicou ao "Pedro" que o melhor mesmo era ele demitir-se, coisa que "o Pedro" acompanhou, referindo que "eles" não lhe perdoavam não ter sido "legitimado". Aliás, segundo Loureiro, "o Pedro" teria desejado eleições quando Barroso se foi embora. O problema estava, pois, todo resumido na "passagem de testemunho" deste para "o Pedro", qualquer coisa parecida como que entre "um pai e um filho mais velho". Sem querer, Dias Loureiro pôs o dedo na ferida. No seu confortável gabinete de Bruxelas, Durão Barroso tem motivos para sorrir quando olha para o seu país, lembrando o sempre saudoso Mao Tse Tung: tudo debaixo dos céus está um caos, a situação é excelente. As eleições de 20 de Fevereiro - é bom não o esquecer - também servem para julgar Durão Barroso e a sua irresponsável fuga. Se Barroso, algo perversamente, desejava decapitar Santana Lopes, é grave que se tenha "servido" de um país inteiro e do governo da nação para o fazer. Eu suspeito que a "ascensão" do "Pedro" não foi inocente. Lopes nunca foi um verdadeiro ersatz de Durão Barroso. Se alguém tinha obrigação de saber o que na realidade "valia" Pedro Santana Lopes, esse alguém é inequivocamente Barroso. Os milhares de portugueses que, nos "idos de Março" de 2002, confiaram em Durão Barroso contra a pusilanimidade então instalada, têm agora razões de sobra para o punir, a ele e à sua involuntária marioneta. Sozinho ou acompanhado, "o Pedro", esse grande triunfador eleitoral, como não se cansam de repetir os "comentadores", vai agora para onde ele mais gosta, a estrada. Carrega não apenas a sua cruz, mas também a do "outro". Os amigos são mesmo para as ocasiões. Não é, Pedro?

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