Quando não há mais ideias ou sobretudo quando não há ideia nenhuma, nada como recorrer a conceitos "para-cinematográficos" para impressionar. O Fisco vai ter umas "brigadas de elite" para combater as famosas fraude e evasão fiscais, duas práticas consuetudinárias relativamente pacíficas entre nós. Agora calhou ao Serviço de Bombeiros e Protecção Civil vir a possuir umas "equipas de elite" para prevenir, presume-se, as labaredas. Ao insistirem nestas "brigadas", "equipas" ou noutras coisas similares de que as "fundações" são o exemplo mais nobre, os governos lançam na opinião pública a dúvida sobre a utilidade da administração e dos serviços públicos que os seus impostos sustentam. Para que servem tantos "serviços" e tantas "competências" e "atribuições" quando é preciso criar ao lado ou por cima qualquer coisa diferente para fazer o mesmo, perguntará o cidadão contribuinte? E a "reforma do Estado", algo que a coligação tão gloriosamente ia executar, afinal reduz-se ao conceito de "elite", metido agora à pressa em todo o lado? É de exemplos destes que Álvaro Barreto fala quando diz que "fizemos muitas coisas estruturais"?
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