Por entre fritos, sonhos e bolo-rei, apareceu Pedro Santana Lopes. Para falar do País, do Mundo ou da sociedade? Não, naturalmente que não. Lopes, com aquela extraordinária falta de sentido institucional do cargo que ainda ocupa, usou a mensagem natalícia como primeiro-ministro para, uma vez mais, se queixar. Pior. Aproveitando a matriz judaico-cristã que domina estes dias, fez um "fadinho choradinho" em torno da introspecção e do perdão que deixaria qualquer remoto cónego de província corado de vergonha. "Temos de saber perdoar", embora "não seja fácil", reconheceu com pungente beatitude, pensando nos "outros", os que querem "o lugar dele" e os que o martirizam. Não se esqueceu dos "adversários políticos", um tema muito a propósito para a "quadra". Sentimentalista, coisa bem diferente de sentimental, Santana Lopes lembrou-se dos desprotegidos da sorte numa breve retórica puramente demagógica e de efeito fácil. No essencial, toda a mensagem não passou de mais um entediante monólogo. Cada vez mais longe do País, sem assessores que o aconselhem "cristãmente" a poupar-se, Santana Lopes, na versão "pai natal", é apenas mais de uma mesma produção já demasiado vista e por demais gasta. Dêem-lhe, pois, uma prenda. Expliquem-lhe.
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