O eterno "guru" dos líderes pós-Marcelo, Dias Loureiro, veio anunciar publicamente o fim do PSD tal como o conhecíamos. Eu explico. Em primeiro lugar, no conselho nacional que até nem é maioritariamente "santanista", registou-se uma unanimidade de braço no ar a favor de uma coisa a que chamaram "plataforma eleitoral". Esta "plataforma" pretende juntar ao PSD de Santana duas ou três ficções "políticas" e o PP de Portas que vai agora fingir que se "vende" caro. Portas, muito naturalmente, não vai aceitar menos do que aquilo que tem. Ou seja, o PSD, não o de Barcelos mas o da Lapa, prepara-se para ceder gentilmente ao PP e às referidas ficções deputados seus numa eleição de sucesso amplamente duvidoso. Em segundo lugar, e já a pensar nas famosas "listas", o rebanho sentadinho no conselho nacional, à excepção de meia dúzia de incautos, escolheu Santana Lopes para candidato ao cargo que tão brilhantemente exerce, com os resultados extraordinários que até um cego enxerga. Finalmente e segundo os relatos, Mota Amaral que na véspera se tinha desfeito em mesuras com Jorge Sampaio e "perdoado" o "esquecimento" presidencial, proferiu perante o dito rebanho um ataque ao Presidente da República com uma finura beata que escapa por inteiro ao seu "chefe". Com a debandada de praticamente todos os que ainda conservam um módico de prestígio e de integridade intelectual, é natural que se exiba Mota Amaral, nem que seja a título puramente ornamental. Tudo visto e ponderado, eu creio que a "regeneração" do PSD terá de passar pela derrota da sua inútil "plataforma" nas eleições de Fevereiro. Essa derrota permitirá igualmente evidenciar o fracasso do "pacto de geração" que envolveu oportunisticamente Barroso, Santana e Portas. O friso de mediocridades que tomou conta do partido e do Estado, e que não deixará de constituir o "núcleo duro" das listas de deputados, deverá ser expeditamente varrido pelo voto popular e reduzido à sua natural insignificância. O próximo líder do PSD não tem uma tarefa fácil. Herda a memória, reduzida a escombros, de um partido reformista que se esfrangalhou à mão de aventureiros e de ambiciosos sem escrúpulos.
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