8.6.05

PAPÁ...?

Devo ter sido dos primeiros que, neste blogue e num jornal, defenderam a candidatura de Manuel Maria Carrilho à presidência da CML. Não senti, por isso, nenhuma pulsão especial em me dirigir ao CCB para a cerimónia de bajulação. Até para me poupar ao espectáculo deprimente dos aplausos frenéticos de muitos dos que tanto fizeram para evitar que Carrilho fosse candidato. Nem tão pouco fui convidado para lá ir. Pelo que li e vi, não creio ter perdido grande coisa. O PS - parece que em peso e com o seu secretário-geral já com "saudades" da "camaradagem" -, oficiou em conformidade. Não era, na realidade, preciso mais ninguém. Esclarecendo uma vez mais que não tenciono mudar de sentido de voto - voto Carrilho -, não ficaria bem com a minha consciência independente se não manifestasse o meu desconforto perante os relatos do evento. As ideias - boas - de Carrilho para Lisboa soçobraram perante um video narcísico, desnecessário e vão. O texto de Ana Sá Lopes no Público é bem elucidativo da frivolidade do exercício o qual, salvo melhor opinião, não rendeu um voto. E as reportagens televisivas também não ajudaram, num registo entre o incrédulo e o irónico. Não consigo entender como é que um homem inteligente e politicamente intuitivo como Manuel Maria Carrilho "escorregou" nesta fantasia "cor-de-rosa" e mediaticamente inútil. Eu mantenho-me na certeza de que Carrilho daria um excelente presidente da cidade-capital. Quanto ao resto (que, por agora, é "tudo"), limito-me a relembrar-lhe a frase de Séneca que tanto gosta: "não há bom vento para quem não conhece o seu porto".

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