Pôr Manuel Pinho a anunciar "investimentos" e "inovações" é praticamente o mesmo que pedir a Júlio Isidro que fale da reestruturação da RTP, por exemplo. No entanto foi ele o escolhido para, com o mar ao fundo, tentar fazer o "contraponto" colorido dos próximos dias do governo, depois de cem quase sempre a preto-e-branco. Nem sequer faltaram o eterno aeroporto da Ota e a "banda larga". Houve igualmente lugar a uns murmúrios sobre "energia nuclear" e, por entre ondas de "progresso" anunciado, o governo posou para se celebrar. Descontando a parolice do gesto, aliás comum a todos os governos, julgo que Sócrates tem ainda pela frente fôlego que baste. E deve ser contido na sua gestão porque "o tempo e o modo" próximos não vão ser nada fáceis. O entusiasmo não é o mesmo de Fevereiro. Este período - vamos chamar-lhe "de adaptação" - não correu tão bem como porventura o governo e o PS esperariam. Ou como eu próprio esperava. Mas eu não conto. Daqui em diante o governo, se já estava aplicadamente vigiado, vai ficar seguramente mais escrutinado, seja por que pretexto for. Sócrates precisa de "afinar" o lado "político" da coisa e, de caminho, obrigar os seus ministros a fazerem o mesmo. Não sei se alguns já irão a tempo.
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