2.8.11

«NÃO PODEMOS EXIGIR-LHE MAIS DO QUE PODE DAR»


«E eu não me zango, meu caro, já me convenci de que [a] humanidade é irremediavelmente vil, com algumas horas bonitas de vez em quando, e não podemos exigir-lhe mais do que pode dar. A minha concepção dessa humanidade é mais ou menos esta: amemos quem aceitou partilhar a nossa solidão; usemos dos corpos que valha a pena aproveitar, sem os comprometermos com o nosso «espírito»; façamos aquilo que sentimos não poder deixar de fazer; e é tudo.»

Carta de Jorge de Sena a Vergílio Ferreira, de 20.10.64

6 comentários:

Anónimo disse...

Enquanto o pessoal vai esvaziando o pote, lá vem este outra vez com o Sena!

É pá, deixa-te de cenas e denuncia a actual gatunagem!

João Gonçalves disse...

É a "pensar" em anónimos com Vc. que este pedaço epistolográfico foi aqui posto. E não só, esteja descansado. Digamos que "humanidade" pode sempre servir como plural majestático.

Karocha disse...

Sábias palavras JG!

David Lourenço Mestre disse...

É certo, infelizmente

Isabel disse...

Tão certo quanto triste.

Cáustico disse...

Quando me vêm dizer que é preciso endireitar o mundo, que estamos num caos, afirmo que o que é preciso é mudar o homem. Respondem-me então que o homem não muda. Então, se o homem não muda, não esperem que o mundo mude.