«A rápida reacção de Cavaco Silva à proposta de Merkel e Sarkozy sobre a constitucionalização dos limites do défice orçamental resgata Portugal de uma crescente e oportunista cultura de colonizados, e é coerente com a realidade económica e financeira. Além de ser corajosa e digna. Não se pode querer rever a constituição por ela ser demasiado programática e depois deformá-la com manifestos de rendição. Já estamos obrigados aos 3% do défice e aos 60% da dívida pelo TUM e pelo Pacto de Estabilidade. O convite à redundância é o maior sinal de impotência da actual liderança europeia.»
José Medeiros Ferreira, Córtex Frontal
3 comentários:
" Já estamos obrigados aos 3% do défice e aos 60% da dívida pelo TUM e pelo Pacto de Estabilidade."
Quantas vezes, nos últimos 10 anos, o deficit orçamental (que representa apenas uma parte do deficit público) foi inferior ou igual a 3% do PIB?
Em que ano a dívida pública ultrapassou os 60% do PIB e qual tem sido a evolução desde então?
É "bom" (leia-se, necessário) relembrar que "Cavaco é o pai do monstro" (Miguel Cadilhe).
Essa deve ser a única citação de Miguel Cadilhe que muitos fazem, sem sequer perceberem o seu sentido e alcance.
Ironicamente, muitos daqueles que a usam para atingir o PR (fingindo desconhecer que, a ser verdadeira, só confirmaria que Cavaco Silva, afinal, seria um verdadeiro social-democrata defensor de políticas e investimentos públicos) são também aqueles que, agora, se indignam com a austeridade.
Em que ficamos? Continuamos a alimentar o monstro ou obrigamo-lo a uma dieta rigorosa, daquelas que Cadilhe defenderia?
Enviar um comentário