16.2.05

VEXAME

"Furtei", ao País Relativo, a "carta" que Pedro Santana Lopes dirigiu aos eleitores. Para recorrer a uma vulgaridade, trata-se da famosa "cereja" que faltava no bolo. É uma peça lacrimejante, assente na conhecida dicotomia do "eles" e do "eu" coitadinho. Pérolas como esta, "tenho defeitos como todos os seres humanos, mas conhece algum político em Portugal que eles tratem tão mal como a mim? Também o tratam mal a si. Já somos vários.", são bem elucidativas do que se trata. E começa por "ameaçar" o leitor, com uma comparação de mau gosto: "Não pare de ler esta carta. Se o fizer, fará o mesmo que o Presidente da República fez a Portugal." A cabeça de Santana Lopes já está tão perdida que se permite exercícios deste estilo. Qualquer militante ou simpatizante do PSD deve olhar com atenção para estas linhas. E perguntar-se se porventura em 30 anos, alguma vez, mesmo nos seus piores momentos, o partido passou por semelhante vexame.


"Caro(a) Amigo(a), Não pare de ler esta carta. Se o fizer, fará o mesmo que o Presidente da República fez a Portugal, ao interromper um conjunto de medidas que beneficiavam os portugueses e as portuguesas. Portugal precisa do seu voto para fazer justiça. Só com o seu voto será possível prosseguir as políticas que favorecem os que menos ganham e que exigem mais dos que mais têm e mais recebem. Você não costuma votar, e não é por acaso. Afastou-se pelas mesmas razões que eles nos querem afastar. E quem são eles? Alguns poderosos a quem interessa que tudo fique na mesma. Incluindo a velha maneira de fazer política. Eles acham que eu sou de fora do sistema que eles querem manter. Já pensou bem nisso? Provavelmente nós temos algo em comum: não nos damos bem com este sistema. Tenho defeitos como todos os seres humanos, mas conhece algum político em Portugal que eles tratem tão mal como a mim? Também o tratam mal a si. Já somos vários. Ajude-me a fazer-lhes frente. Desta vez, venha votar. É um favor que lhe peço! Por todos nós, Pedro Santana Lopes"

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