Santana Lopes "virou-se" contra a comunicação social. Com um ar perfeitamente alucinado, rouco e quase armado em "exterminador implacável", o primeiro-ministro, seguramente num dos seus melhores momentos como "estadista", esteve a um passo de pedir um auto-de-fé para os jornalistas. As ignaras massas rosnaram com ele. Chegou a prometer "provas" do crime mas alguém terá tido o bom senso de o aconselhar a não excitar ainda mais as suas nervosas hordas nortenhas. Santana Lopes é, no essencial, uma criação da comunicação social. Da "séria", da menos "séria", da "branco e preta", da "colorida". Praticamente ninguém do sector fica incólume na preciosa ajuda que deu na formatação deste caso sui generis da vida política portuguesa. Se Lopes está hoje onde está, bem o pode agradecer a muitos destes beneméritos que agora o "perseguem". Ou seja, o criador decidiu finalmente que se quer ver livre da criatura. E a criatura revolta-se e estrebucha de acordo com o "cânone" que lhe ensinaram. O que estamos a assistir é ao dramático estertor de uma relação de amor-ódio relativamente antiga. A ver vamos como acaba.
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