No dia 1 de Janeiro, neste blogue, ilustrei o começo do ano com "quatro rostos para 2005". Dois desses rostos entram definitivamente em cena amanhã. José Sócrates será primeiro-ministro e Marcelo Rebelo de Sousa regressa, na RTP, ao comentário político e à política. Enquanto Sócrates estiver entretido a formar governo - ontem, numa rápida entrevista na televisão, disse que não há lugar para "regressos ao passado" -, o "país político" vai, de novo, virar-se para o PSD. Uma maioria absoluta do adversário não deixa grande margem de manobra para um líder de um partido fisiologicamente governamentalista, de poder. Amanhã à noite, uma horrível sensação de orfandade vai invadir "a razão e o coração" - dois registos caros a Santana Lopes, particularmente o último - de milhares de "dependentes" espalhados pelo partido e pelas sinecuras, as do Estado e as outras. Por mais "humano" que Lopes se apresente, a factura chegará inevitavelmente. Santana e o seu mito ruírão estrondosamente pela força do voto. Como fez questão de salientar, os portugueses vão-lhe demonstrar que sabem realmente quem ele é. Até à Figueira e, em parte, até Lisboa, a coisa andava entre a promessa e a aventura. Depois, graças a Barroso e a Sampaio, Santana Lopes revelou-se uma horrível certeza. O PSD não deverá aceitar mais "experimentalismos" desta natureza. Por isso, a noite das eleições, vista a partir da RTP, tem um interesse redobrado. Marcelo "comenta". Mas, mais importante que o comentário, é o que diz Marcelo.
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