13.2.05

MUDAR

Ler, no País Relativo, "Alternativa Pântano", de Pedro Adão e Silva: "O que os portugueses não querem que voltem são as circunstâncias políticas em que decorreu essa governação [ a de Guterres]. É isso, mas não é apenas isso. O PSD, à falta de uma ideia para exibir ou de um propósito para convencer, apostou nos outdoors negativos. Recorreu aos rostos de ilustres militantes do PS para nos questionar acerca de "fugas" e de "voltas". Foi relativamente feliz nalgumas escolhas. Não acredito, de facto, que o país suspire por Fernando Gomes, Edite Estrela ou Pina Moura. Ou que se comova excessivamente com o sempre piedoso Guterres. Quem quer uma "mudança" e uma maioria absoluta, deseja naturalmente "outra coisa". Uma maioria equivale a uma enorme responsabilidade. Sócrates sabe isso e certamente não estará disponível para brincar "às casinhas". A "mudança" que promete implica acabar com a espiral de esquizofrenia política que invadiu a vida pública portuguesa, a partir de meados de 2000, e cujo acmê se atingiu com Santana Lopes. Os principais indutores dessa patologia cidadã estão perfeitamente identificados pelos portugueses, convém não o esquecer. Mudar significa saber isso e, por uma vez, acabar com ela.

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