Criação. Os indecisos e os abstencionistas que tanto preocupam Santana Lopes são uma criação perversa dele próprio e do dr. Barroso. É quase obsceno pensar que ainda pode contar com eles para alguma coisa.
Debate. O "debate", tão pirosa e ansiosamente aguardado, resolveu alguma dúvida aos indecisos levando-os a decidir? Perdoem-me as boas consciências de serviço, mas penso que não. Santana - e nisso Sócrates foi muito claro - tentou falar de um futuro cujo presente ele não soube minimamente tratar. Quanto ao resto, percebemos que decorou uns números e evidenciou a mesma falta de credibilidade que o acompanhará melodramaticamente até ao fim.
Destino. Estes dias vão ser os mais longos da vida política de Santana Lopes. Tem algumas qualidades e imensos defeitos, raramente acertando no aproveitamento das qualidades e esticando até um limite insuportável os defeitos. O que eu verdadeiramente aprecio no homem, é ele não ser trivial nem previsível. E um primeiro-ministro deve ser trivial e previsível.
Objectivo. Procurar não perder demasiado eleitorado e evitar que o PS tenha maioria absoluta, é o "rendimento mínimo garantido" para Santana Lopes afrontar os que, dentro do PSD, "andam a fazer contas", como ele disse. Se o PSD perder as eleições - e perder é objectivamente não as ganhar -, há que arrepiar caminho. E, malgré tout, eu acho que Santana Lopes vai querer continuar no meio do caminho, tipo "empata".
Utilidade. As "convicções" e a "competência" incluem criaturas como Celeste Cardona, Mariana Cascais ou Teresa Caeiro? Ou o dr. Portas esqueceu-se entretanto destes seus extraordinários "valores"? O PP só é "útil" nestas eleições precisamente para ser julgado por igual com o seu parceiro maior. Este "fazer-se de desentendido" para babujar uma migalha de poder no futuro, não dá bem com a "ética" cristã de que o PP se mostra tão insigne guardião. E nós sabemos perfeitamente que eles sabem que nós sabemos quem eles são.
Zoom. Guterres pediu a maioria absoluta para o PS, sabendo que, quanto mais próximo dela o partido estiver, mais longe fica ele de Belém. E a Santana Lopes convém manter-se para "espantar" Cavaco. Salvo o devido respeito por Guterres e por Santana, eles representam respectivamente um passado esquecível e um passivo inesquecível.
Debate. O "debate", tão pirosa e ansiosamente aguardado, resolveu alguma dúvida aos indecisos levando-os a decidir? Perdoem-me as boas consciências de serviço, mas penso que não. Santana - e nisso Sócrates foi muito claro - tentou falar de um futuro cujo presente ele não soube minimamente tratar. Quanto ao resto, percebemos que decorou uns números e evidenciou a mesma falta de credibilidade que o acompanhará melodramaticamente até ao fim.
Destino. Estes dias vão ser os mais longos da vida política de Santana Lopes. Tem algumas qualidades e imensos defeitos, raramente acertando no aproveitamento das qualidades e esticando até um limite insuportável os defeitos. O que eu verdadeiramente aprecio no homem, é ele não ser trivial nem previsível. E um primeiro-ministro deve ser trivial e previsível.
Objectivo. Procurar não perder demasiado eleitorado e evitar que o PS tenha maioria absoluta, é o "rendimento mínimo garantido" para Santana Lopes afrontar os que, dentro do PSD, "andam a fazer contas", como ele disse. Se o PSD perder as eleições - e perder é objectivamente não as ganhar -, há que arrepiar caminho. E, malgré tout, eu acho que Santana Lopes vai querer continuar no meio do caminho, tipo "empata".
Utilidade. As "convicções" e a "competência" incluem criaturas como Celeste Cardona, Mariana Cascais ou Teresa Caeiro? Ou o dr. Portas esqueceu-se entretanto destes seus extraordinários "valores"? O PP só é "útil" nestas eleições precisamente para ser julgado por igual com o seu parceiro maior. Este "fazer-se de desentendido" para babujar uma migalha de poder no futuro, não dá bem com a "ética" cristã de que o PP se mostra tão insigne guardião. E nós sabemos perfeitamente que eles sabem que nós sabemos quem eles são.
Zoom. Guterres pediu a maioria absoluta para o PS, sabendo que, quanto mais próximo dela o partido estiver, mais longe fica ele de Belém. E a Santana Lopes convém manter-se para "espantar" Cavaco. Salvo o devido respeito por Guterres e por Santana, eles representam respectivamente um passado esquecível e um passivo inesquecível.
(publicado na edição de hoje de O Independente, recuperando, com alterações mínimas, textos deste blogue)
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