ESPERA III
Era com estar só. Mas
estar só e feliz.
A varanda envidraçada,
o cheiro do café, um ramo,
chamado pelo sono.
Sombras de sol batiam
no chão de madeira velha.
Restos de água da noite
brilhavam nos vidros
os primeiros insectos.
A maresia das aves costeiras
lanceoladas de luz.
Os olhos pousavam à espera
de te voltar a ter.
Joaquim Manuel Magalhães, Uma luz com um toldo vermelho
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