A RECEITA E O BARÓMETRO
Houve para aí uma pequena agitação doméstica por causa da receita. Não se trata de nada verdadeiramente novo. A execução orçamental é, em regra, e desde há anos, razoavelmente medíocre no que concerne à receita. Seja pela exiguidade do universo efectivamente tributado - isto é, notórios contribuintes e notórios pagantes -, seja pela correspondente evasão fiscal jamais erradicada ou diminuída, seja pelo nível da fiscalidade que convida a essa mesma elisão ou fuga, seja, ainda, pela erosão da máquina fiscal, o certo é que as nossas famosas contas hão-de andar sempre assim, coxinhas. Por outro lado, o ministro da economia, que de vez em quando desce à Terra, descobriu uma coisa extraordinária: que isto, afinal, não é tão mau, que nós não somos maus, só produzimos é pouco... Pois é. Esperemos para ver o que dá até 2010, diz o Dr. Barroso. Até lá, mais conversa sobre "produtividade" e "competitividade". E um "barómetro" para medir os putativos sucessos. A receita não medra, os nossos empresários também não crescem de " geração expontânea", a longa manus do Estado é o que se vê, e as famílias, que adoram gastar, vão começar a não achar graça nenhuma ao resultado. Mas também aqui não há qualquer problema. Na realidade, ninguém sabe onde é que isto vai parar. Nem julgo que verdadeiramente alguém se importe. Para quê?
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