1.11.09

OS CHICOS-ESPERTOS E OS CHICOS-MANSOS

«Entretanto, provavelmente num dos dias em que mais este escândalo se tornou público, perto das 22.00h, numa estação de correios perto de mim, os cidadãos que procuravam levantar o rendimento mínimo a que têm direito foram confrontados com a inexistência de mais dinheiro em caixa. O desespero instalado obrigou a que o chefe da estação dos correios mandasse chamar a polícia – para manter a Ordem.»


Tiago Mota Saraiva, cinco dias

«A presunção de inocência é uma figura de retórica. Existe para proteger a oligarquia política dominante. Não tem qualquer aplicação prática para os portugueses comuns. Invoca-se a presunção de inocência para Armando Vara, mas não para o sr. Manuel Godinho, julgado sumariamente nos media e tratado sempre abaixo de sucateiro. Não ignoro que o in dubio pro reo remonta ao direito romano. Sei isso e outras coisas mais. Mas como a corrupção em Portugal atingiu uma dimensão quase sul-americana, o remédio é a inversão do ónus da prova. Os portugueses comuns são já obrigados a aceitá-la em casos fiscais. Por que não há-de o titular de um cargo público suportar a mesmíssima inversão?»

nova frente

8 comentários:

Anónimo disse...

O «in dubio pro reo» - expressão e princípio - é da autoria do Marquês de Beccaria

Anónimo disse...

Tino

disse...

Caro José

Desde que o Meu se foi, deixei de escrever nos jornais.

Entretanto apareceu o José S. e todos os filtros de censura e auto-censura.

Sei o que isso dói.

Isso chega a todos, embora uns sintam mais do que outros...

31 de Outubro de 2009 23:57 (um comentário extraído do blog portaldaloja)

Anónimo disse...

«proteger a oligarquia política dominante»
Algo que depois de algumas leituras e outras tantas reflexões, me levou há tempos à conclusão,
que creio se aplica particularmente bem a Portugal:
"A democracia, é a continuação da oligarquia por outros meios"
Bmonteiro

joshua disse...

A impunidade em Portugal tem um odor a quintessência. Eleva e absolve o presunto da inocência.

iupi disse...

só em portugal, só em portugal só em portugal. convencidos. da treta, porque a 'impunidade' é geral. aqui neste cantinho atrasado, como na muito civilizada incensada Inglaterra...
e aqui e lá cheira igual.

Cáustico disse...

Aqui e na Inglaterra é igual. Pois é. Ambos, e não só, têm o mesmo socialismo de merda, embora com ligeiras variantes.
O tal Godinho já tinha cadastro? Se não tinha, porque há presunção de inocência para um cadastrado e não há para ele?

P. S. Albergaria disse...

Originariamente a presunção da inocência não visava a protecção do arguido. Muito diversamente, destinava-se a proteger (a alma do)o julgador por uma errónea condenação a pena capital. A este respeito, interessantíssmo é o livro de James. Q. Whitman http://www.amazon.com/Origins-Reasonable-Doubt-Theological-Reference/dp/0300116004/ref=sr_1_1?ie=UTF8&s=books&qid=1257186981&sr=1-1

SisinWah disse...

Gostei. Os chico-espertos e os chico-mansos. Tal e qual. I couldn't have said it better myself...