«Entretanto, provavelmente num dos dias em que mais este escândalo se tornou público, perto das 22.00h, numa estação de correios perto de mim, os cidadãos que procuravam levantar o rendimento mínimo a que têm direito foram confrontados com a inexistência de mais dinheiro em caixa. O desespero instalado obrigou a que o chefe da estação dos correios mandasse chamar a polícia – para manter a Ordem.»
Tiago Mota Saraiva, cinco dias
«A presunção de inocência é uma figura de retórica. Existe para proteger a oligarquia política dominante. Não tem qualquer aplicação prática para os portugueses comuns. Invoca-se a presunção de inocência para Armando Vara, mas não para o sr. Manuel Godinho, julgado sumariamente nos media e tratado sempre abaixo de sucateiro. Não ignoro que o in dubio pro reo remonta ao direito romano. Sei isso e outras coisas mais. Mas como a corrupção em Portugal atingiu uma dimensão quase sul-americana, o remédio é a inversão do ónus da prova. Os portugueses comuns são já obrigados a aceitá-la em casos fiscais. Por que não há-de o titular de um cargo público suportar a mesmíssima inversão?»
nova frente
8 comentários:
O «in dubio pro reo» - expressão e princípio - é da autoria do Marquês de Beccaria
Tino
disse...
Caro José
Desde que o Meu se foi, deixei de escrever nos jornais.
Entretanto apareceu o José S. e todos os filtros de censura e auto-censura.
Sei o que isso dói.
Isso chega a todos, embora uns sintam mais do que outros...
31 de Outubro de 2009 23:57 (um comentário extraído do blog portaldaloja)
«proteger a oligarquia política dominante»
Algo que depois de algumas leituras e outras tantas reflexões, me levou há tempos à conclusão,
que creio se aplica particularmente bem a Portugal:
"A democracia, é a continuação da oligarquia por outros meios"
Bmonteiro
A impunidade em Portugal tem um odor a quintessência. Eleva e absolve o presunto da inocência.
só em portugal, só em portugal só em portugal. convencidos. da treta, porque a 'impunidade' é geral. aqui neste cantinho atrasado, como na muito civilizada incensada Inglaterra...
e aqui e lá cheira igual.
Aqui e na Inglaterra é igual. Pois é. Ambos, e não só, têm o mesmo socialismo de merda, embora com ligeiras variantes.
O tal Godinho já tinha cadastro? Se não tinha, porque há presunção de inocência para um cadastrado e não há para ele?
Originariamente a presunção da inocência não visava a protecção do arguido. Muito diversamente, destinava-se a proteger (a alma do)o julgador por uma errónea condenação a pena capital. A este respeito, interessantíssmo é o livro de James. Q. Whitman http://www.amazon.com/Origins-Reasonable-Doubt-Theological-Reference/dp/0300116004/ref=sr_1_1?ie=UTF8&s=books&qid=1257186981&sr=1-1
Gostei. Os chico-espertos e os chico-mansos. Tal e qual. I couldn't have said it better myself...
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