26.11.09

PORTUGAL, UMA BIOGRAFIA POLÍTICA - 2

Talvez seja exagerado - porque ainda não o li todo - mas o livro ali à direita deve ser o melhor objecto da literatura portuguesa editado este ano. Meço bem as palavras. Um bom livro de história é sempre um excelente momento literário, independentemente da forma da narrativa. Rui Ramos, o coordenador daquela obra, já a tinha homenageado (à literatura portuguesa) com a sua biografia de D. Carlos. Nunca tomem por literatura coisas a que normalmente apelidam de literatura. É uma perigosa falácia. O derradeiro capítulo da História de Portugal leva o título de «Uma democracia europeia (desde 1976)". António Barreto - que a apresentou - preferiria outro título. Eu também. Talvez preferisse a perífrase "Portugal, a simulação democrática na periferia da Europa". Mas isso são contas de outro rosário. O essencial - como sublinhou Ramos - é que este livro tenta perceber "isto" tudo: Portugal, a periferia e as simulações ao longo de uma já longa história. Ora ninguém pode pastorear ou ambicionar pastorear o país se não o perceber. Esta "história" destaca-se porque nos "conta" essa história tão privada quanto pública que é a nossa. Sem "portugalidades" histéricas ou complexos ideológicos redutores. Não percam.

5 comentários:

radical livre disse...

a amizade com o Pe M. Antunes (SJ) influenciou muito os meus estudos não profissionais de aposentado (depois de usado).

publicou o meu 1º livro na Brotéria (em capítulos)
Para o Prof. a literatura não é propriedade dos contadores de estórias, nem a história dos historiadores.

anda por aí em bicos dos pés muita gente que nos envergonha mesmo como povo pouco culto. sem cotas para os sexos.

os "sara MAGOOS" permitem-se ter apoio mediático. os outros não

o rectângulo tornou-se pesadelo permanente ou nocturna suppressio pernox (longa noite socialista)

Nuno Castelo-Branco disse...

Lembras-te quando no 1 de Fevereiro te avisei acerca da biografia de D. Carlos? Pois é, parece que este vai no mesmo caminho. Aliás, os textos do Rui Ramos são o que sabemos. Precisos, rigorosos e sem cedências ou "fretes" à nomenklatura parasita de prebendas e lugares cativos. Vou comprar.

Eduardo Freitas disse...

É mais um livro que tenho na lista. Por agora ando a digerir "Salazar - a political biography" de Filipe Ribeiro de Menezes que tembém recomendo.

Anónimo disse...

Caro Sr. João Gonçalves, ultimamente fala-se muito em novas edições da História de Portugal, em que se altera muita coisa daquilo que aprendemos hà muitos anos na escola primária.Vem isto a propósito, da presumível localidade onde nasceu o nosso 1º Rei, que alguns não sei a que propósito, e sem provas concretas e palpáveis, querem atribuir à cidade de Viseu. Sempre ouvi dizer que quando não existem dados irrefutáveis, e eles não existem, deve-se seguir a tradição, ou seja
manter aquilo que já aprendemos desde meninos. Segundo um estudioso,e filho adoptivo de Guimarães, que recentemente editou um livro sobre o assunto com o título «D. Afonso Henriques, um Rei polémico» reuniu neste livro provas irrefutáveis, que deita por terra a teoria dos «novos» historiadores, que teimam em deformar a nossa história, servindo interesses inconfessáveis,e tentando inverter a nossa própria identidade.
Vou adquirir o livro que recomenda , se esta será uma nova história de Portugal, ficarei depois a saber.
Cps
S. Guimarães

Anónimo disse...

Por lapso e pelo qual me penitencio, não referi o autor do livro,«D. Afonso Henriques, um Rei Polémico» , Dr. Barroso da Fonte,e que daqui o saúdo cordialmente.
Cps
S. Guimarães