Tenho evitado "olhar" para o PSD. Como disse aqui, por alturas do desvario completo atingido no fim do ciclo Barroso/Santana, ficou desse partido um amontoado de escombros insignificantes. A circunstância de a liderança ter sido disputada por Menezes e por Marques Mendes, foi suficientemente esclarecedora. Consta agora que Mendes, uma compostinha realidade virtual, está à espera de ganhar as autárquicas para se "afirmar". Engano dele. Se os candidatos apoiados pelo PSD vencerem um maior número de câmaras, encarregar-se-ão de reclamar, para eles e para os seus caciques locais, a respectiva vitória. Mendes será olimpicamente ignorado e ainda poderá ter de engolir os sucessos dos sobas Isaltino e Major Loureiro. Depois Mendes também não está à vontade para criticar este governo e para lhe "despejar" "ética" e "coerência" para cima todos os dias. Era - e com inteira justeza - considerado um dos melhores "braços" políticos no governo de Durão Barroso que ainda há pouco mais de um ano, lá estava. E manifestamente não manda quem encolhe os ombros e sublinha "paciência" quando é publicamente desautorizado pelo partido na Madeira e quem vê tratada como "inconveniente" a sua presença num evento local do PSD. Santana Lopes já percebeu o tremendo equívoco que grassa no seu partido. Avisou que tenciona "passar" pelo Parlamento, provavelmente para "ensinar" Mendes a fazer aquilo que ele sabe fazer melhor: oposição. A conjugação destes "sinais", mesmo com o eventual sucesso de 9 de Outubro, mostram que a "crise" laranja veio para ficar. Não tenho a certeza que a história venha a julgar os responsáveis por esta tragédia partidária, apesar da sua identificação, de Bruxelas ao Porto, passando por Lisboa ou pela Madeira, ser perfeitamente clara. O "tempo" da política de hoje é condescendente para com os seus piores servidores. De besta a bestial e de bestial a besta, vai apenas a distância de um editorial hebdomadário. Contudo isso não invalida que o PSD, muito por força dessa superficialidade e dessa insolência, seja neste momento aquilo que é, uma ruína sobre uma ruína.
1 comentário:
O tempo mostrará que não tem razão
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