Na Figueira da Foz e em grande forma - talvez ligeiramente irritado -, Mário Soares reiterou que estava "em reflexão" e que nem sequer sabe "se vai a campanha". Anda, disse ele, a ouvir "partidos" -no plural- e a famigerada "sociedade civil" que inclui "cientistas, universitários, sindicatos, associações" e "magistrados", enfim, "todo o tipo de gente". Pelo meio, fugiu-lhe a boca para a verdade e disse com todas as letras que, por terem existido "grandes falhas" em matéria de presidenciais dentro do PS, então "chegaram" a ele. O talento para a mistificação, em Soares, permanece intacto. Quem o conhece, sabe várias coisas. Soares pura e simplesmente não ouve ninguém. Não ouve, pronto. Eles podem falar, até admito umas trocas simpáticas de impressões, mas ele não que saber disso para nada. Nunca quis, nem precisa. Depois, é manifesto que há que tempos tomou a decisão. A "sociedade civil" virá apenas compôr, na hora certa, o ramalhete. Nada mais. Finalmente deu de barato que foi ele quem forçou o partido e, por tabela Sócrates, a "lá chegarem". E imagino com que "delicadeza". "Levar a água ao seu moínho" sempre foi o seu lema. Apenas um ano passado sobre a entrada em cena do "social-democrata" José Sócrates, Soares é ,de novo, o "dono" do PS.
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