28.7.05

O VÉU

A conveniente algazarra em curso por causa do dr. Soares, lançou como que um véu sobre dois assuntos importantes e recorrentes a que convém prestar toda a atenção. Refiro-me à preparação do orçamento de Estado para 2006 - a decorrer na maior das clandestinidades - e às eleições autárquicas de Outubro. No primeiro caso, desconhecemos as "prioridades" de Teixeira dos Santos. Será politicamente mais vulnerável às pretensões despesistas dos seus colegas do que Campos e Cunha o era? É mais condescendente ou não com o devorismo localista? Isto prende-se com a escolha autárquica. As abencerragens que concorrem em alguns lados, seja pela "antiguidade", seja pelas suspeitas de corrupção, fragilizam ainda mais a credibilidade de um "poder" que é tido invariavelmente por todos, desde o "25 de Abril", como "modelar". Redondo como as rotundas espalhadas pelo país, pelo menos é. Basta ver as caras dos principais concorrentes para desesperar de qualquer "renovação". A palavra das "finanças", por todas as razões, continua a ser determinante, independentemente da mudança "oportuna" ocorrida a semana passada, votada tão rapidamente ao esquecimento. A questão está em saber onde é que ela está. É que, no horizonte, só vejo florescer - e muito contentinhas - as megalomanias milionárias dos drs. Pinho e Lino, certamente acarinhadas por grande parte da boçalidade autárquica que aí vem.

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