6.7.05

VISIONÁRIOS

De manhã, quando liguei o rádio do carro, estava a perorar o presidente do comité olímpico português, salvo erro o eterno Coronel Moura. Apanhei a prosa a meio, mas percebi o contexto. Tal como Londres, Paris, Nova Iorque ou Singapura, também Lisboa merecia organizar uns joguitos. O argumentário do Coronel era infalível. Resmas de postos de trabalho e a já célebre "auto-estima" estão sempre na "linha-da-frente". Por que não, dizia o Coronel, sermos candidatos em 2016 ou, digo eu, sempre por aí adiante até ao ano 3000, em nome desse extraordinário reforço sempre adiado da "auto-estima" nacional? A baboseira megalómana, quando ataca - e ataca forte -, custa muito a passar. O mais recente adepto da modalidade é o eng.º Mário Lino, das Obras Públicas. Mesmo ao arrepio da prudência voluntarista do primeiro-ministro, Lino quer a Ota, os comboios e o mais que puder juntar ao "bolo" cimenteiro. Se lhe falarem um bocadinho nos jogos olímpicos, ainda o vamos ver de mãos dadas com o Coronel Moura a correr atrás do nosso justo lugarzinho ao lado dos "grandes". Esta gente acha-se subtil e toma-se normalmente por "visionária". Pensa - julga - em "grande". Em suma, não se enxerga.

Sem comentários: