Ainda ontem, por causa de Chávez, chamava a atenção para as desventuras de uma diplomacia tagarela, no sentido que Heidegger atribui ao termo tagarela. Luís Amado tem sido um razoável MNE se bem que pudesse ser um razoável ministro de outra coisa qualquer. Acontece que um representante de um país, mesmo do nosso, não pode afirmar levianamente, e numa fase em que a matéria já foi longe demais, que "é preferível" que Mugabe não viesse à gloriosa "cimeira Europa-África", a cereja que falta no bolo da presidência portuguesa. Das duas, uma. Ou Portugal, presidente temporário da Europa do respeito pelos mais elementares direitos humanos, não admite a presença do ditador africano - e de outros como ele que falam correctamente português, por exemplo -, ou admite, em nome do "sucesso" e da fotografia contra os princípios. O "é preferível" quer dizer "eu até disse que era bom ele não vir, mas já que veio, paciência." Com o devido respeito, é seguramente voz que não chega às orelhas moucas e tortuosas do sr. Mugabe. Já agora, por que é que o governo português não pede a opinião de uma das suas musas inspiradoras, o alto comissário Guterres? Talvez ele pudesse esclarecer os milhares de vidas humanas de diferença entre o "é preferível" e o "não o queremos cá". A diplomacia tagarela também vive dos seus silêncios e da sua ambiguidade. É a vida, onde ela escasseia.
3 comentários:
Portugal é 6º pior ranking do PIB per capita da OCDE
Portugal caiu para a sexta pior posição no ranking do PIB por capita em paridade de poder de compra da OCDE, tendo sido ultrapassado pela República Checa nesta classificação que compara dados de 2002 e 2005.
De acordo com o estudo hoje divulgado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económicos (OCDE), o PIB per capita português equivalia em 2005 a 69 por cento da média dos trinta países daquela instituição, contra 72 por cento três anos antes.
Atrás de Portugal, ficam apenas a Hungria, a Eslováquia e a Polónia, três países da União Europeia também membros da OCDE, assim como o México e a Turquia.
A República Checa, cujo PIB per capita equivalia em 2002 a 66 por cento da média da OCDE, passou em 2005 à frente de Portugal com um PIB a 70 por cento desta mesma média.
Caro JG
Está tudo previsto, como afirmava recentemente Pacheco Pereira,numa visão de historiador, sobre o Tratado dito de Lisboa e o Referendo.
Vamos ao Sr Amado.
Passou um ano na Defesa, com o respectivo Seretário de Estado.
Para substituir Freitas do Amaral,o PM terá ponderado, entre a sociedade civil, de alguem para o substituir.
Deve ter constatado o vazio. Ou a sua falta de confiança entre indígenas sem cartão partidário.
Vai daí, retira o Sr Amado da Defesa.
Que para ramatar o ramalhete, levou consigo o Secretário de Estado. Mais parecendo um par de ilustres varões apaixonados, na Grécia antiga.
Um ano de contacto com os dossiês da Defesa, atirado para o lixo.
Já com a Câmara de Lisboa, mais do mesmo. Teve de sacrificar o MAI.
Havemos de comcordar, que após 48 anos de continuidade da Política, o milagre é como é que isto ainda vai andando. Trinta anos aos saltinhos.
Tão bem, como o sucesso do abandono escolar o vai atestando.
Olha, João, bem que eu gostaria de apanhar Mugabe pela frente e dizer-lhe diplomaticamente umas boas.
De mais a mais, nenhum esforço é de menos para aproximar pólos tão contrários e oxímoros políticos corruptos de mais e que nós, cidadãos, e demais gente envolvida, só desejamos que acordem.
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