O actual inspector-geral da administração interna, Clemente Lima, em entrevista ao Expresso, acusa, em suma, as forças de segurança de comportamentos, ora medievais, ora miméticos de "cowboyadas" americanas. O improvável ministro Rui Pereira, que o tutela, deve ter sido alertado para o teor da entrevista e já "assegurou", na televisão, que o inspector-geral derramou sobre a "excepção" e não sobre a "regra". Terá sido, aliás, o próprio Clemente Lima que o comunicou a Rui Pereira, acrescentando ambos o enorme apreço e confiança que nutrem pelas forças de segurança. A IGAI acabou no dia em que Rodrigues Maximiano saiu e a entrevista do juiz-desembargador Lima só vem atestar o óbito. Para além de uma desagradável referência ao seu antecessor por causa das gravatas, Lima limita-se a proferir banalidades populistas acerca da PSP e da GNR, como se os seus dois anos à frente da IGAI e o notável trabalho de "civilização" da autoridade policial realizado por Maximiano não tivessem existido. Se as forças de segurança "regrediram" nos procedimentos ou no respeito pelos direitos fundamentais - os dos agentes incluídos -, o que é Clemente Lima tem lá estado a fazer?
8 comentários:
Esta cavalgadura, vem confirmar o pior do que há muito já nos aprcebemos: ignorância, incompetência,irresponsabilidade. Parece uma sigla I3, meio militar.
Há dias, era a besta da Cultura, indisposta salvo erro como gajo dos museus,porque estes não cativavam público/receitas. Como se ele,o gajo, não fosse seu subordinado.
Estes quadrúpedes, comprovam de facto aquele ditado: que chatice, com as suas elevadas competências, qualidades e superiores inteligências, andarem a pastorear um pôvo tão estúpido.
A elite do regime.
Sorte deles, que já meteram os generais no bolso.
Maximiano fez, de facto um óptimo trabalho da IGAI.
Este indivíduo, juiz de profissão,antigo sindicalista da carreira, mas com pouca habilidade para este tipo de cargos, julgou-se, se calhar, à altura do antigo responsável pelo IGAI. E ainda por cima proclama a "independência" como atributo do cargo. Enfim.
Lembro-me que Maximiano ( de quem não gosto por outros motivos, nomeadamente o que disse sobre a leitura do livro de Rui Mateus) deu algumas entrevistas em que também manifestava preocupações com a falta de qualdiade das forças policiais. Mas fazia-o de um modo que não ofendia o corpo de polícia.
E sei, por experiência, que muitos polícias, respeitavam o antigo responsável.
Hoje, não penso que seja assim.
O inspector-geral foi muito infeliz nas suas declarações. A sua acção deve dirigir-se para o interior das corporações e não para a comunicação social, sempre ávida de escândalo. Aliás, se não fossem os "escândalos" a comunicação social fechava, tal é a indigência cultural da maioria dos jornalistas, salvaguardadas honrosas excepções.
O ministro veio deitar água na fervura, mas já tardiamente. A situação é "preso por ter cão e preso por não ter". Se a polícia actua mais duramente, ai Jesus, se não e deixa escapar os assassinos, ai Jesus! Afinal, o que queremos? QUE FAZER? como diria um político já falecido.
Dêem-se instruções precisas às forças da ordem, vigie-se o seu cumprimento, mas deixem-nas actuar, e se houver excessos comprovados, que sejam punidos. Mas basta de declarações aos jornais, rádios e televisões. Por incrível e paradoxal que pareça, nada tem feito pior a este país nos últimos anos que uma comunicação social "livre", desbocada, fantasiosa, criadora de factos políticos (na tradição do famigerado Marcelo) e inventora de notícias. Até quando a comunicação social continuará a abusar da nossa paciência...
joão,
não percebi. populista, ok, claro que sim, um pouco, tavez mesmo dois poucos.
mas e o que disse, é verdade ou não?
Ou a prova inequívoca de que cada vez que um juiz sai dos tribunais é como um elefante numa loja de porcelanas.
Mais um irresponsável a quem deram um lugar de responsabilidade.
Onde é que desencantaram este puto?!
Triste sina!
É bem possível que o cavalheiro tenha razão.
Mas, neste como em outros caos recentes de "bocas de alto nível", fica-se com a ideia que desconhecem o B-A-BA da vida pública:
1-Nem tudo o que se pensa se pode dizer;
2-Nem tudo o que se diz se pode escrever;
3-Nem tudo o que se escreve se pode publicar.
.
«...neste como em outros caos recentes»
Onde escrevi "caos", a ideia era escrever "casos".
Mas, pensando bem...
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