14.11.07

A PALAVRA

Cavaco não acredita - porque tem a palavra do primeiro-ministro com quem tem umas "conversas" uma vez por semana - que a decisão sobre o novo aeroporto de Lisboa esteja tomada. Falta o LNEC pronunciar-se, o organismo sobre quem o governo depositou a responsabilidade de "analisar" todos os estudos. Sucede que o LNEC tem uma tutela que me dispenso de nomear. E essa tutela tem o João Morgado Fernandes para regular o trânsito. Ou seja, o LNEC terá seguramente independência técnica mas não tem a que conta para a tomada de decisão política. E quanto à palavra do 1º ministro, convinha a Cavaco lembrar-se do que sucedeu no Parlamento a semana passada acerca da concessão das "Estradas de Portugal" - também não estava fixado nenhum termo para ela daqui até à eternidade - e ler um artigo de um diploma publicado ontem em DR sobre o assunto, promulgado por ele há bastas semanas. Em política, na política de hoje, nem tudo o que parece é.

9 comentários:

Anónimo disse...

Para que serve Cavaco?

Anónimo disse...

País insustentável: Cavaco é aquele “último a saber”; LNEC já não tem aquele prestígio; se Alcochete é escolhido, perde o governo e ganha a CIP; se for a Ota, só ganha o governo.

Pedro Barbosa Pinto disse...

Mentira atrás de mentira, esta tem sido a regra deste Governo para ir fazendo tudo o que lhe dá na republicana gana, de forma a desde já garantir até ao final deste século o bem estar dos barões e respectivas famílias do centrão.

Cavaco sabe que não há regra sem excepção e confia que será esta a excepção que vai confirmar a regra.

Eu não.

Anónimo disse...

Ontem,o PR disse o que devia!Senão vejamos,qdo diz mais ou menos isto:
1)«Não posso acreditar que o Min tenha feito a tal coisa que o Vanzeller referiu»,it means:«não quero acreditar que este parvo do Min o tenha feito,mas se o fez, veremos!».
2)«o LNEC é uma instituição de alto gabarito técnico e como tal vai dar um parecer tecnicamente correcto»,it means:«Oh LNEC faz o teu trabalhinho técnico e não te metas em política,mas se o fizeres,veremos!»
NÃO FOI POR ACASO QUE O PR/ACS DISSE,mais ou menos isto:"tudo vai ser MINUCIOSAMENTE analisado".
E esta heim?Habitua-te Sócrates:vais ter de estudar isso tudo muito bem para,numa 5ªFª qualquer,lá em Belém,contares a cantiga do BANDIDO muito bem ao Sr.PR,senão não te safas:ou metes o rabo entre as pernas ou despedes o ex-comuna Lino!!!
Marafada.

Anónimo disse...

Nem tudo o que parece é? Não... Por exemplo, o primeiro-ministro: olhe-o, ouça-o e veja se não é o que parece.
É.

Anónimo disse...

Cavaco não é ingénuo nem tolo . Deve ter consciência de que o seu (ainda considerável)prestígio se encontra em jogo neste assunto.E será bom não esquecer o Prof. Ernâni Lopes...

victor sousa disse...

infelizmente a situação não é para rir, mas era bom que não perdessemos de vista que este governo tem maioria absoluta! Como o conseguiram? Obviamente com a ingenuidade deste mesmo povo, que apesar de saberem que eles meteram o socialismo na gaveta há já alguns anos, deram-lhes o poder. Agora "cobram" o devaneio...
Em essencia, falta seriedade política a esta gente, pelo que só uma injecção de 09 resolve a coisa!

Anónimo disse...

Se a OTA desactivar ao fim de 30 anos o aeroporto vai para Alcochete?

Anónimo disse...

Há mais de meio ano, enviei um têxto mais eleborado para o site da PR.
Por agora, um curto resumo.
Com a noção de que tivesse a revolução de 25A/25N sido outra, mais à espanhola, há muito o NAL ali estaria: no Rio Frio ou em Alcochete.

«NAL/NAER LISBOA: RELATÓRIO DA ANA (1994)
“Da comparação das quatro opções consideradas, conclui-se”:

Da análise global de um conjunto de aspectos objectivos, a melhor opção é Montijo B e a PIOR a Ota;
No aspecto operacional a melhor opção é o Rio Frio a e a PIOR a Ota;
Na perspectiva da engenharia a melhor é Montijo B e a PIOR a Ota;
No aspecto ambiental a melhor é Rio Frio e a pior é Montijo A;
Na perspectiva da acessibilidade a melhor é o Montijo A e B e a pior Rio Frio *;
No aspecto do esforço financeiro nas infra-estruturas e da própria TAP a melhor é Montijo B e a PIOR a Ota;
Na perspectiva da operação simultânea com a Portela e dos investimentos inerentes a melhor solução é o Montijo B e a PIOR a Ota.

Conclusões da ANA de 1994, esmagadoras para a decisão do governo em 1998/99, que, com base no risco de colisão com aves, conduziu à precipitada escolha da Ota (Engº Arménio Matias/ADFER)**.


* Sem contar com a ponte Vasco da Gama e o futuro acesso do TGV/Madrid a Lisboa.
** Artigo no DN, 1Ago05; relatório no site «adfer».

PS: que se passou, entre 1994 e 1998/99? Passámos a um governo especialista em não decisões ou decisões abortivas.