7.11.07

OURIÇOS E RAPOSAS

Na segunda fila, mesmo por trás de Santana Lopes, sentava-se Pedro Pinto. Bom rapaz, gordo e anafado como um habitante da lezíria marialva, senhor de uma grossa melena pornográfica, Pinto balanceava-se ao ritmo da fala do líder parlamentar e, no fim, brindava-o com sonoros apoiados e mais movimentos de corpo. Não reconheci nenhum dos outros que ladeavam o ex-primeiro-ministro. O maior partido da oposição não pode exibir aquelas duas desgraçadas primeiras filas. Esquecem-se que as televisões "apanham" tudo e que uma "imagem" vale mais que muitas palavras. Recomendo a Pedro Santana Lopes que reveja a "imagem" e a corte. E duvido que Menezes tenha apreciado o exercício. Sócrates saiu mais fanfarrão do que entrou embora nem sonhe com o que o espera em 2008 muito por causa deste "virtuoso" (palavra horrível que o dr. Alberto Martins e outros parlamentares barrocos tanto trouxeram à colação) orçamento que defendeu com tanto e inútil ardor. De encenação em encenação até ao cair do pano, o embuste fortalece-se com contrapontos como os mencionados naquelas duas malditas filas. Dou-lhe uma sugestão, Pedro. Convide-me para falar consigo uma vez por semana. Isto é como a velha fábula do ouriço e da raposa. A raposa sabe muitas coisas, mas o ouriço sabe uma coisa mais importante. É só passar-lhe a mão pelo pêlo.

7 comentários:

Pedro Barbosa Pinto disse...

Ainda me lembro quando este senhor começou a ganhar protagonismo... acrescentei o Barbosa à minha assinatura.

Anónimo disse...

Discordo. Deixe Pedro Santana Lopes manter-se na primeira fila da assembleia na companhia de quem o apoia seja ou não gordito como Pedro Pinto, tenha ou não boa imagem, com melena ou sem melena. Estamos a falar de deputados não de manequins. A imagem não é tudo, por amor de Deus! Fora isso desejo-lhe boa sorte nas conversas com Santana.

Anónimo disse...

Então nem reconheceu ao lado de Pedro Pinto o insigne deputado(pelo Porto) Raúl dos Santos, ex-presidente da Câmara de Ourique (no Alentejo), cuja deixou em estado lastimoso?

Anónimo disse...

Boa sugestão.
Que até eu poderei acompanhar, pelo meu ramo.
Quanto ao deputado Pedro Pinto e à sua linguagem corporal, é realmente de estarrecer.
Quanto ao Engº, até nem esteve mal.
Uma espécie de vendedor de banha da cobra.

Anónimo disse...

Sócrates vai morrer pela boca.Ninguem atura aquela arrogância,muito tempo.

O tempo dos resultados concretos está a chegar.

PIB que não cresce,desemprego que não desce,classe média sem dinheiro,é igual a muito descontentamento.

E Cavaco irá fazer o mesmo que Sampaio?

O PR é o garante do normal funcionamento das instituições, diz a Constituiçao...

José Amador disse...

O João tem razão. Há uma questão estética que é preciso preservar. e, na Asssembleia a estética deixa muito a desejar, para além do dito Pedro Pinto e de um rapaz chamado Diogo Feio do PP. Na mouche!
Quanto à história do ouriço e da raposa, duvido que esta raposa queira ouvir os conselhos sábios do compadre ouriço. É que ela adora ouvir-se e só atura aqueles - a corte - que o aplaudem.

Anónimo disse...

O Governo promete para 2008 apoiar a saúde dos portugueses, porém teve o cuidado de escolher somente a procriação medicamente assistida, a inclusão da vacina contra o cancro do colo do útero no programa nacional de vacinação e apoio na saúde oral dos jovens, das grávidas e dos idosos. Mas nem todos terão direito à ajuda, só os que tiverem um rendimento abaixo de 309 euros é que poderão dela beneficiar, se ainda tiverem dentes, é claro! Os restantes cidadãos têm os dentes sãos e não precisam de cuidados de saúde oral.
É pouco! E o resto? o que é que vai fazer sobre:
1.º) as crescentes dificuldades em conseguir uma consulta num Centro de Saúde? Muitos doentes têm que ir de madrugada para os Centros de Saúde para obterem uma consulta e por vezes nem a conseguem obter.
2.º) a dificuldades em conseguir que os médicos de família mandem fazer os exames de rotina, incluindo aqueles em que na própria TV são aconselhados fazer-se regularmente. Até parece que os médicos estão sujeitos a cotas de exames que não podem ultrapassar e que por isso estão impedidos de os prescrever;
3.º) a dificuldade em se obter uma consulta de especialidade num Hospital público? Primeiro há que convencer o médico de família sobre a necessidade da consulta e depois da marcação há que esperar por vezes meses e anos pela tal consulta.
4.º) Depois de ser declarada pelo médico competente necessária a cirurgia há que ser incluído numa lista de espera, a qual pode demorar anos e o doente é frequentemente convocado só depois de ter morrido. O Que é que o Governo pensa fazer?
5.º) a comparticipação em medicamentos será que vai ser reduzida ou aumentada?
6.º) a reabertura dos Centros de Saúde, Serviços de Atendimento Nocturno, Hospitais e Maternidades que foram fechados por este Governo?
7.º) a substituição de médicos, enfermeiros e demais funcionários que se reformaram ou que abandonaram a Função Pública e que trabalhavam nesses Serviços Públicos? Espera-se aliás que muitos médicos venham a abandonar a F.P. face às regras que se lhes pretendem impor para o exercício público.
8.º) os Serviços continuados de saúde. Os doentes são encaminhados para suas casas muito antes da sua recuperação enquanto que os Centros de Saúde têm cada vez menos enfermeiros para apoio domiciliário.
9.º) a Hospitais de Retaguarda para os doentes sem recuperação possível e que são entregues aos cuidados da família, que tem que trabalhar e que por isso é obrigada a deixá-los abandonados durante todo o dia à sua sorte? O Estado português parte, aliás, do princípio de que os familiares: ou não trabalham ou podem pagar a alguém para cuidar do familiar doente e as famílias nestas condições são muito poucas.
10.º) Apoio aos jovens com dificuldades de aprendizagem e que necessitam de técnicos que estão a ser reduzidos?
Muito mais se poderia dizer sobre a área da saúde, onde até cabem os casos de pessoas com manifesta incapacidade para o trabalho que são obrigadas a trabalhar, conforme se tem visto na TV, ou a abandonarem livremente o trabalho sem qualquer reforma.

Quanto à incapacidade de Pedro Santana Lopes em conseguir rebater o discurso do Primeiro Ministro de 6/11/2007, não espanta porque nada poderia dizer, dado que o PSD não tem intenção de alterar o quer que seja às actuais políticas do Governo.

Zé da Burra o Alentejano