1.2.07

1 DE FEVEREIRO DE 1908 - 2

"O chamado “Partido Republicano” tornou-se uma força quando, para além dos velhos ideais, congregou as ambições de uma geração. Essas não podiam satisfazer-se com simples concessões ou com um comportamento exemplar por quem estava no poder: só com sinecuras e honrarias, e sinecuras e honrarias para todos os novos só haveria se os velhos fossem atirados fora e um regime novo abrisse as portas do Estado. Foi essa a lógica da República e contra essa lógica nunca houve argumentos."

Rui Ramos, via Minha Rica Casinha

3 comentários:

Anónimo disse...

Mutatis mutandis o que foi o 25A ?

Anónimo disse...

uma PALERMADA em vários actos!!!

Uma xaxada!!!

Um querer acabar com a guerra em África MAS por invejas internas no meio militar em questões de auferimentos! Não foi por questões sociais, nem ideológicas.....

Anónimo disse...

As «ambições de uma geração» (...) foi essa a lógica da República e contra essa lógica não há argumentos ...

Prescrutem-nos :

- «A república estava tinta de sangue, fazendo jus à pedatura terrorista que se exibira com magnífica moldura de morticínios no 14 de Maio de 1915 - motim democrárico contra o chefe do governo Pimenta de Castro e contra o moderado Presidente Arriaga - e se aprimorara, entretanto, com a crescente pauperização e descalabro económico. A ordem nas ruas era tarefa das autoridades, mas estas foram delegando paulatinamente responsabilidades a grupos armados de apaniguados das facções no poder, ao ponto de não se saber mais quem agia por conta de quem. Ditadura, estado de emergência, filas de racionamento, desemprego e grande insegurança para pessoas e bens, era este o retrato do Portugal republicano oito anos após a implantação do regime. Foi neste quadro crepuscular, com acenos de messianismo no presidente-rei e sinais de angústia celestial (aparições de Fátima), que se deu a Leva da Morte. Ali para a Victor Cordon, um grupo de 153 presos políticos foi atacado por uma turba de adeptos de Sidónio. A chacina provocou sete mortos, entre os quais um dos famigerados mandantes do regicídio de 1908, o Visconde de Ribeira Brava. A república deglutia, um a um, os seus mentores».

(In «Combustões»)