"O chamado “Partido Republicano” tornou-se uma força quando, para além dos velhos ideais, congregou as ambições de uma geração. Essas não podiam satisfazer-se com simples concessões ou com um comportamento exemplar por quem estava no poder: só com sinecuras e honrarias, e sinecuras e honrarias para todos os novos só haveria se os velhos fossem atirados fora e um regime novo abrisse as portas do Estado. Foi essa a lógica da República e contra essa lógica nunca houve argumentos."
Rui Ramos, via Minha Rica Casinha
Rui Ramos, via Minha Rica Casinha
3 comentários:
Mutatis mutandis o que foi o 25A ?
uma PALERMADA em vários actos!!!
Uma xaxada!!!
Um querer acabar com a guerra em África MAS por invejas internas no meio militar em questões de auferimentos! Não foi por questões sociais, nem ideológicas.....
As «ambições de uma geração» (...) foi essa a lógica da República e contra essa lógica não há argumentos ...
Prescrutem-nos :
- «A república estava tinta de sangue, fazendo jus à pedatura terrorista que se exibira com magnífica moldura de morticínios no 14 de Maio de 1915 - motim democrárico contra o chefe do governo Pimenta de Castro e contra o moderado Presidente Arriaga - e se aprimorara, entretanto, com a crescente pauperização e descalabro económico. A ordem nas ruas era tarefa das autoridades, mas estas foram delegando paulatinamente responsabilidades a grupos armados de apaniguados das facções no poder, ao ponto de não se saber mais quem agia por conta de quem. Ditadura, estado de emergência, filas de racionamento, desemprego e grande insegurança para pessoas e bens, era este o retrato do Portugal republicano oito anos após a implantação do regime. Foi neste quadro crepuscular, com acenos de messianismo no presidente-rei e sinais de angústia celestial (aparições de Fátima), que se deu a Leva da Morte. Ali para a Victor Cordon, um grupo de 153 presos políticos foi atacado por uma turba de adeptos de Sidónio. A chacina provocou sete mortos, entre os quais um dos famigerados mandantes do regicídio de 1908, o Visconde de Ribeira Brava. A república deglutia, um a um, os seus mentores».
(In «Combustões»)
Enviar um comentário