14.11.09

SE

Se o primeiro-ministro fosse o Pedro Santana Lopes, como seriam as manchetes e o curso das coisas? E se o PR já estivesse mais interessado nos "seus" do que no país? E se o PS tivesse a noção de que tem um problema que o transcende nas coincidências infelizes que se concentram nesse problema? E assim sucessivamente.

8 comentários:

Anónimo disse...

Outras Pertuntas. E se um ministro de Santana Lopes fosse ao P&C da RTP dizer que não sabia se as escutas seriam validadas e a notícia aparecesse a confirmar no dia seguinte? E se outro fosse à SIC e dissesse que o total de cassetes no processo era de exactamente 52 sem que ninguém fora do precesso o soubesse? E se outro tivesse o descaramento de dizer que as escutas feitas pelos tribunais, MP e juiz eram políticas? E se Santana Lopes fosse alvo de uma certidão emitada porque indiciado o Crime de Atentado Contra o Estado de Direito? O que diria José Sócrates já foi dito em 2004 na Assembleia da República e está aqui: é isto: "O sr. primeiro-ministro desculpar-me-á, mas quero dizer-lhe com clareza: esse episódio é indigno de um governo democrático, e é um episódio inaceitável. E é uma nódoa que o vai perseguir, porque é uma nódoa que não vai ser apagada facilmente, porque é uma nódoa que fez Portugal regressar aos tempos em que havia condicionamento da liberdade de expressão. E peço-lhe, sr. primeiro-ministro, que resista à tentação do controle da comunicação social. Não vá por aí porque nós cá estaremos para evitar essas tentações.”. E se a oposição se estivesse a preparar para ir passar fora o fim-de-semana e reagir a isto apenas na segunda-feira como se os indícios não apontassem para uma situação não muito distante do nível de um golpe sul-americano?

caozito disse...

O maior problema do Sócrates é que convive (muito) mal com o óbvio e, neste capítulo, não há "ses".

www.angeloochoa.net disse...

...Este seu 'se', João, lembrou-me o poema homónimo de Kipling, autor que todo o escuteiro conhece, poema esse que, em tempos Vilaret disse exemplarmente... Pois lhe avivo memória -- e cito de cor -- uns terminais versos desse poema que Torga no Diário lembra ironicamente que muito bom cristão o tem (ou tinha) emoldurado à cabeceira... E, passe o só aparentemente trivial do cujo, aí vai:

Quando tudo de teu, que ergueste com esforço honesto,

vires ruir em destroços à tua volta,

reergue-te, meu filho, e reconstrói pedra a pedra,

que então serás um homem.

Anónimo disse...

E não achará o professor de Boliqueime que esta sim é a verdadeira má moeda?

Anónimo disse...

Adaptando uma célebre frase de um conhecido poeta: um vintém é um vintém e um vígaro é um vígaro.

joshua disse...

João, nem arrepanhando as saias o primeiro-ministro se livra da fama de impróprio para consumo ou da lama que lhe escorre de dentro. O mau carácter humano ou político foi-lhe a pior armadilha. Entrou em desgraça e é melhor que se desgrace do que nos desgrace por atacado.

Anónimo disse...

Colegas comentadores :
Vocês são tontos . O que interessa não é o bom nome nem a reputação de honradez . O que interessa é o PODER . E Socrates tem-no todo .
Nauseated Portuguese

Anónimo disse...

Pois é: para além de um caso de justiça, é uma questão de carácter. São muitos os escândalos que envolvem José Sócrates e não vale a pena estar aqui a enunciá-los. Pode sair-se airosamente destes imbróglios do ponto de vista da justiça, que já se viu que não funciona. Mas a mácula de pessoa pouco escrupulosa ninguém lhe a tira. Parece-me que incluindo a primeira república, o Estado Novo e o actual regime nunca houve um primeiro-ministro que levantasse tanta suspeição em termos de honestidade.